Recentemente, trabalhadores e trabalhadoras foram informados pela gestão da Cemig que a ValeCard será a nova administradora dos cartões alimentação e refeição fornecidos à categoria.
Desde então, o Sindieletro está sendo procurando por eletricitários que denunciam que apenas um supermercado da Capital é conveniado com a prestadora de serviço na modalidade “Alimentação”.
Além disso, pouquíssimos restaurantes nas imediações de prédios da Cemig, também na Capital, possuem convênio com a ValeCard na modalidade “Refeição”.
Consultas feitas no site da fornecedora pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras confirmam a escassez de estabelecimentos conveniados.
Problemas
Numa rápida pesquisa em sites de direitos do consumidor, o Sindieletro descobriu que há razões de sobra para as desconfianças dos eletricitários em relação à nova fornecedora de vales alimentação e refeição. Numa pontuação de 1 a 10, a reputação da ValeCard obteve 4.7 pontos no site “Reclame aqui”.
Entre as muitas queixas dos consumidores estão a dificuldade em conseguir falar com a empresa até para desbloquear o cartão e queixas de sistema fora do ar. Por parte dos donos dos estabelecimentos, também há reclamações como a dificuldade para credenciamento, sem conseguir usar o cartão, demora no pagamento e cobrança indevida de taxas e o aluguel da maquininha para débito.
Um lojista reclama que investiu em publicidade para divulgar o convênio com a operadora, mas que não consegue regularizar o serviço.
São tantas tentativas frustradas de contato telefônico e um índice tão baixo de solução de problemas que só 27% dos consumidores que registraram queixas no site disseram que voltariam a fazer negócio com administradora.
Essa insatisfação dos comerciantes com a administradora certamente restringe a rede de serviços credenciados.
O que diz a Cemig
Na Cemig, foi divulgado, internamente, um endereço de e-mail para a categoria, no qual os eletricitários (as) deveriam indicar restaurantes e supermercados a
serem cadastrados pela ValeCard. Para o Sindieletro essa medida representa a transferência de uma responsabilidade que é da Cemig e da operadora dos cartões.
Diante da justificada apreensão dos trabalhadores e dos dados encontrados, o Sindieletro entrou em contato com a Cemig. Pedimos à Gerência de RH/RT esclarecimentos sobre o processo de licitação, quando os trabalhadores começarão a usar o novo cartão e quais os pré-requisitos de cobertura e atendimentos estabelecidos pelo edital.
A empresa, de forma surpreendente, considerando a seriedade do assunto, não se posicionou. Será que o edital resguarda a Cemig e os trabalhadores nesses
aspectos falhos apontados por quem já se relacionou comercialmente com a ValeCard?