A Cemig montou uma verdadeira operação de guerra contra os eletricitários concursados da Cemig Serviços acorrentados no saguão da Sede desde o último dia 10, em defesa do direito ao emprego.
A empresa cortou o fornecimento de energia e isolou o local onde estão os trabalhadores, impedindo o acesso a eles de qualquer eletricitário da Sede, familiar, dirigente sindical ou jornalista.
A Cemig trata os eletricitários como bandidos encarcerados, ao privá-los do direito ao banho de sol, além de cortar a limpeza do local. A empresa também apanhou os celulares de dois trabalhadores acorrentados. Um eletricitário da Sede tentou entregar uma garrafa de água a um trabalhador, mas foi impedido. Outro eletricitário tentou passar um pacote de biscoitos, mas, também foi vetado por seguranças.
Até a entrada da médica do trabalho do Sindieletro foi proibida, impedindo o exame do estado de saúde dos trabalhadores.
Desde a ocupação, a direção da Cemig nunca recebeu representantes do movimento para negociar e, apesar do protesto ser um direito constitucional de todo cidadão, a empresa pune e reprime, violando seus direitos mais fundamentais. A Cemig deveria seguir o exemplo de várias instituições, como a Assembléia Legislativa de Minas, que convive democraticamente com o movimento dos policiais civis, acampados na casa legislativa há dois meses.
Todo o apoio aos acorrentados
da Cemig Serviços
A postura da Cemig envergonha os trabalhadores da empresa, que consideram absurdo o tratamento dado aos companheiros da Cemig Serviços. “ Isto é autoritarismo, a diretoria deveria chamar os trabalhadores para conversar, não reprimir. Parece que não existe lei neste Estado”.
A presidenta da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, denunciou o autoritarismo da direção da Cemig. Para ela, nem os direitos humanos dos trabalhadores estão sendo respeitados.
Para o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, (FNU/CUT), Franklin Moreira Gonçalves, a resistência dos eletricitários mostra que há vida debaixo da realidade difícil criada pela Cemig. “A atitude deles reforça o nosso sentimento de classe, e o laço da solidariedade que fortalece nossas lutas”, diz.
Emerson Andrada Leite, coordenador do Sindieletro no Vale do Aço, destacou a coragem dos trabalhadores. “Eles estão escrevendo história, ao mostrar à sociedade que a maior empresa do setor elétrico do país cria situações absurdas”.