Enquanto a Cemig resiste em atender a reivindicação da categoria pela primarização das atividades-fim e enquanto desmarca reunião para discutir a pauta de reivindicações dos trabalhadores para o ACT 2015/2016, mais um acidente grave acontece com um eletricitário a serviço da empresa.
Na segunda-feira, 26, o eletricista da empreiteira Celminas, Maer Frank Cecílio Ribeiro, de 27 anos, foi acidentado na região rural de Frutal, no Triângulo Mineiro. O eletricista teve queimaduras na mão e no pé e recebeu atendimento no hospital de Frutal, onde ficou em observação e foi liberado. Novos exames e avaliação clínica estão sendo feitos em hospital de Uberlândia.
Apesar do acidente ter ocorrido as 12h10, a Cemig alega que só foi comunicada por volta de 19 h, ou seja, quase sete horas após o fato. Na avaliação do Sindieletro, essa demora da empreiteira em comunicar a ocorrência e outros fatores fazem com que o acidente com Maer seja muito parecido com o de Lúcio Nery de Sousa, registrado em 2013, em Patrocínio, que fez o eletricista perder os
dois antebraços e uma perna.
Há informação que, assim como aconteceu com Lúcio, Maer trabalhava em uma equipe reduzida, atendendo uma emergência na rede da Cemig em área rural, provocada pela falta de manutenção regular do sistema. Também neste caso, houve da comunicação da empreiteira, que deixou a rede aberta por horas, sem comunicar à Cemig.
Portanto, assim como aconteceu com Lúcio, o acidente com Maer poderia ter consequências gravíssimas.
Sem transparência
No dia seguinte ao acidente em Frutal, a Cemig constituiu uma comissão para a apuração das circunstâncias do fato, designando um engenheiro, um técnico em segurança, o supervisor de Frutal e mais outros representantes da estatal, além do pessoal da empreiteira
para participar das reuniões e sindicâncias. A Cemig só se esqueceu que há acordo recente entre a direção da empresa e o Sindieletro assegurando a participação do Sindicato em todas as etapas do processo de apuração de causas de acidente com trabalhador de empreiteira.
Mais uma vez, na prática, os gerentes da Cemig mantêm o autoritarismo e o descaso com os acidentes com trabalhadores. No caso de Maer, o acidente foi noticiado como se fosse uma fatalidade e até mesmo rotina. E o que é mais grave, no caso de um assunto ligado à segurança e à vida dos eletricitários: tratam um ponto que foi acordado com a categoria com o mesmo descaso e negligência das
gestões anteriores. O Sindieletro cobra esclarecimento da Cemig sobre essa conduta na apuração do acidente.