Cemig tenta recurso do BNDES



Cemig tenta recurso do BNDES

O empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para a Cemig ficar com as hidrelétricas já está no forno. Na terça-feira (22), o presidente da estatal, Bernardo Salomão Alvarenga, conversou pessoalmente com o presidente do banco, Paulo Rabello. De acordo com o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), que solicitou a reunião, os dois lados estavam acompanhados de assessores jurídicos para já definirem os detalhes. “Falta acertar os moldes do contrato, mas a promessa é a de que, até segunda-feira, tudo já deve estar definido”, destaca Ramalho, que tem liderado as articulações entre Cemig e União.

Segundo o deputado, a Cemig propôs pegar um empréstimo de R$ 6,5 bilhões, para pagar em 20 anos, com cinco anos de carência, pagando apenas juros. A estatal pretende ficar com São Simão, Miranda e Jaguara. As três custam R$ 9,7 bilhões. “Os outros R$ 3,2 bilhões restantes seriam assim: mais ou menos R$ 2 bilhões do caixa da Cemig e R$ 1 bilhão da indenização que o governo tem que pagar para ela”, explica Ramalho. Há possibilidade de o BNDESPar entrar com uma participação.

Como essa indenização só deve ser paga em 2018, a Cemig teria que bater na porta de bancos privados pedindo mais esse empréstimo. “A Cemig tem um plano de vendas de ativos, mas, como isso demora para se viabilizar, ela pode partir para os bancos privados”, diz.

A Cemig não quis comentar. Por meio da assessoria de imprensa, o BNDES confirmou que o encontro aconteceu na manhã dessa terça-feira (22), na sede do banco, no Rio de Janeiro, mas não divulgou o teor. Se o empréstimo for aprovado, não vai faltar mais nada para o governo federal aceitar um acordo com a Cemig. A União não quer abrir mão do dinheiro que o leilão vai gerar, porque precisa fazer caixa para cobrir o rombo fiscal.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o leilão de usinas da Cemig, previsto para setembro, “está marcado”. Mas confirmou que a Cemig está tentando levantar recursos no BNDES e demonstrou estar aberto a um acordo. “Vamos analisar a proposta da Cemig como a proposta de outras operadoras. Do nosso ponto de vista, o importante é que a proposta seja financeiramente viável e atenta os interesses da União”, informou. “Para a Cemig conseguir trazer uma proposta que possa justificar a não existência do leilão, ainda falta muito”, acrescentou Meirelles.

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento do pedido da Cemig para suspender o leilão de Jaguara (que seria nessa terça-feira (22)), atendendo a um pedido da Advocacia Geral da União (AGU).

Outra frente

Motivo de pressões políticas da bancada mineira, a usina de Jaguara, administrada pela Cemig, deverá ser incluída nesta quarta-feira (23) no programa de concessões do governo. Segundo o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, ela constará da pauta da reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) nesta quarta-feira (23).

Fonte: jornal O Tempo

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