Cemig tenta arrumar o cofre com venda de sociedades



Cemig tenta arrumar o cofre com venda de sociedades

A Cemig publicou na segunda-feira (6) esclarecimento sobre sua situação financeira. No documento, a empresa diz que vem trabalhando na execução de um plano para melhorar sua estrutura de capital, aumentar a geração de caixa operacional e diversificar as fontes de financiamento.

Para isso, a estatal mineira de energia lista algumas medidas adotadas, como o reperfilamento da dívida com os principais bancos credores, no valor de R$ 4 bilhões, com prazo aproximado de cinco anos e até um ano e meio de carência, ação já aprovada pela governança da companhia.

A empresa de energia também cita a captação de dívida no exterior em montante próximo de US$ 1 bilhão; aumento de capital, através de subscrição de ações de R$ 1,3 bilhão; encaminhamento da solução da Put da Light, através da venda de ações fora do bloco de controle de empresa carioca; e programa de desinvestimento.

“A companhia conta com vários processos de alienação em andamento, entre os quais destacamos os processos para a venda de suas participações na hidrelétrica de Santo Antônio Energia, na Light e na Renova. Esses processos encontram-se dentro do prazo considerado adequado para alienação de empresas desse porte em operações de M&A (fusão e aquisição)”, diz o comunicado da concessionária.

No fim de outubro, uma representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cobrou em assembleia de acionistas da Cemig que a companhia siga adiante com as vendas de ativos “para redução da alavancagem”. A Cemig fechou junho com uma relação entre dívida líquida e geração de caixa de 3,98 vezes, ante um limite original de 2 vezes previsto no estatuto da companhia.

Eficiência. Ainda segundo o texto, a Cemig tem buscado eficiência operacional. A empresa diz que os programas de demissão voluntária, implementados entre os anos de 2016 e 2017, contaram com a adesão de 1.948 empregados, o que representa uma redução de custos de aproximadamente R$ 450 milhões por ano.

“Destacamos ainda que a queda da Selic tem contribuído substancialmente para a redução das despesas financeiras da companhia. Adicionalmente, a demonstração da força econômica da empresa e da sua capacidade de geração de caixa fica evidenciada com o pagamento de dívida de cerca de R$ 1 bilhão em 2017”, informou a Cemig, concluindo que “a revisão tarifária periódica, prevista para maio de 2018, também contribuirá para o aumento de geração de caixa da companhia”.

Rede de transmissão pode ser negociada

A Cemig prevê encaminhar uma solução para a obrigação de comprar as fatias de seus sócios na Light, por meio da “venda de ações fora do bloco de controle de empresa participada”, segundo comunicado da companhia enviado ontem ao mercado. Analistas, porém, segundo a agência de notícias “Reuters”, apostam que a empresa mineira poderia colocar no pregão parte de sua fatia na transmissora Taesa, onde é sócia controladora junto à colombiana Isa.

Analistas do Itaú BBA escreveram, no final de setembro, que provavelmente a Cemig terá que apelar à “venda de ativos líquidos e de alto valor, como a Taesa” para levantar recursos e reduzir sua enorme dívida. Procurada, a Cemig não respondeu a um pedido de comentário sobre a operação envolvendo a Light.

A estatal tem obrigação de comprar, até o fim deste ano, a fatia de seus sócios financeiros na Light ou encontrar outros compradores, devido a um contrato assinado anteriormente entre as partes. Os sócios financeiros da Light são Banco do Brasil, Santander e BV Financeira, cada um com cerca de 3% da companhia. Na Taesa, a Cemig detém 31,5%, contra 14,9% da Isa.

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