Cemig Saúde foge de debate em Audiência Pública em São João Del Rei

O Sindieletro e lideranças políticas locais mobilizaram os eletricitários para aaudiência pública na  Câmara Municipal de São João Del Rei, realizada em 7 de março, para debater os prejuízos provocados pela suspensão de convênio da Cemig Saúde com  a Unimed, em 2016.

A reunião, agendada pela vereadora Lívia Guimarães a pedido do Sindieletro, contou, apenas, com a presença do gerente comercial da Cemig Saúde, André Elesbão, e o responsável por convênios.

Por parte da Unimed, estava na mesa o gerente comercial em São João del Rei, ao lado da direção do Sindieletro. No auditório, dezenas de trabalhadores da ativa e aposentados com familiares.

Os representantes do Sindieletro e trabalhadores relataram o martírio pelo qual os usuários da Cemig Saúde vêm passando na cidade e cobraram a construção de uma solução efetiva.

O representante da Unimed local relatou que, em 2016, propôs a renovação do contrato com a Cemig Saúde em São João, nas mesmas bases do contrato renovado, em Barbacena, com desconto de 3%.

No entanto, demonstrando pouco preparo para lidar com os fatos apresentados na audiência, o representante da Cemig Saúde, André Elesbão, disse não ter os números que compunham o processo de negociação para opinar sobre o deságio oferecido.

O diretor do Sindieletro, João Francisco Prado, considerou intransigência da operadora  recusar a proposta de renovação do convênio para São João Del Rei  3% menor que a de Barbacena e de cidades que têm o porte e características semelhantes sem qualquer explicação durante o debate oficial.

Apesar do desinteresse da Cemig Saúde, a audiência, que foi presidida pelo vereador Dudu de Paula, terminou com encaminhamentos importantes. A Câmara solicitou que a operadora apresente, até abril de 2018, um plano para solucionar os problemas, além de realizar pesquisa de satisfação na região e estudo sobre a viabilidade de usuários da região de São João usarem os serviços da Unimed de Barbacena.

A audiência também encaminhou pedido para a realização de debate sobre o tema na Assembleia Legislativa com convocação daCemig Saúde, gestão da Cemig, Ministério Público e  Agência Nacional de Saúde.

 Mobilização

Na avaliação do coordenador do Sindieletro na Região,Edvaldo Pereira, a ausência da direção da Cemig Saúde, na Câmara, comprova o descaso da operadora com trabalhadores, principalmente no interior, mas, pela mobilização, a esperança de verem uma solução para o problema foi renovada.

DEBATE LIGHT...

Enquanto tentou esvaziar a audiência pública, a direção da Cemig Saúde, “coincidentemente”, promoveu na tarde do mesmo dia uma reunião, no auditório Universidade Federal de São João Del Rei, para apresentar a ativos e aposentados a sua versão dos fatos. Além da direção da operadora que estava em peso, e de um gerente, o evento contou com representante da Ouvidoria da Cemig Saúde e do responsável por convênios na reunião.

Apesar de alegar avanços na cobertura na região, questionamentos e testemunhos dos eletricitários comprovaram as dificuldades enfrentadas há mais de um ano por quem busca serviço de saúde na região.

Além das longas esperas nas clínicas conveniadas, os beneficiários também lamentaram a substituição de médicos com os quais já tratavam por um longo período e que já tinham um histórico de seu quadro clínico, por profissionais desconhecidos.

Práticas previstas na Resolução Normativa 259 da Agência Nacional de Saúde, como a busca por atendimento em outras cidades e com médicos particulares com o posterior reembolso do valor das consultas, que deveriam ser uma exceção, têm se tornado regra na região.

O debate terminou sem que a gestão da Cemig Saúde apresentasse uma solução concreta para o problema. A operadora solicitou apenas que os casos pontuais fossem levados ao DRP. Representantes do Sindieletro denunciaram falta de transparência e realismo nos dados da operadora.