A direção da Cemig rompe com mais um compromisso com a categoria eletricitária e avança na venda de ativos. A toque de caixa, sem discutir com os trabalhadores, a diretoria da empresa colocou mais de 40 imóveis à venda. Uma ótima notícia para a especulação imobiliária, mas, para os eletricitários, a decisão representa a volta de velhas práticas de desmonte da estatal.
Entre os imóveis colocados à venda está parte do terreno da Cemig do São Gabriel, considerada reserva florestal e uma das áreas mais valorizadas de Belo Horizonte.
No início de 2015, o diretor da DGE, Márcio Serrano, atendendo às justificativas do Sindicato e à decisão do promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno, cancelou todos os leilões de venda dos ativos e garantiu à direção do Sindieletro que, se houvesse a necessidade de venda dos imóveis, a entidade seria chamada para discutir cada caso de venda.
O Sindieletro repudia a decisão da empresa de retomar a venda dos imóveis, desrespeitando, mais uma vez, um compromisso assumido com o Sindicato.
Contradições - Ao mesmo tempo que justifica que a medida é necessária para reduzir despesas, a Cemig anuncia aumento de salários para diretores e conselheiros. É muita contradição!
Outra incoerência é que a empresa alugou todo o edifício Aureliano Chaves, construído pela Forluz, ao lado da Sede da estatal, no bairro Santo Agostinho. Em 2013, a empresa assinou contrato de aluguel de apenas parte do prédio, pagando por cada andar alugado cerca de R$ 100 mil por mês. Imagine, agora, o valor que a empresa vai desembolsar para ocupar todo o edifício, que tem 30 andares. Se mantiver os R$ 100 mil por andar, a Cemig estará pagando, no mínimo, aluguel de R$ 3 milhões e gastando R$ 36 milhões anuais.