Cemig quer retomada de serviços não essenciais



Cemig quer retomada de serviços não essenciais

Vários trabalhadores de várias equipes, principalmente de inspeção em unidades consumidoras da Cemig, entraram em contato com o Sindieletro para denunciar o restabelecimento das atividades não essenciais.

Segundo alertou os próprios trabalhadores:  “Está errado! Ficaremos de novo expostos e expondo nossas famílias à contaminação do coronavírus”. Outro afirmou que entrar em residências e comércios só irá expô-los ainda mais ao risco de contágio, além do perigo para o consumidor que os atender.

É importante ressaltar que desde o dia 15 de março o Sindieletro tem buscado a negociação para garantir ampla proteção a todos trabalhadores(as).

Segundo o coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, “propusemos medidas preventivas para as áreas administrativas e operacionais, visando a proteção da categoria, como por exemplo, a suspensão das atividades programadas, que podiam ser adiadas, jornadas de 6 horas, veículos da empresa disponíveis nas casas dos trabalhadores das atividades de campo, etc".

No entanto, agora a diretoria da Cemig retrocede ao mandar os trabalhadores da inspeção de unidades consumidoras e outras equipes operacionais voltarem para o trabalho de campo, a partir do dia 31 de março.

“Para o Sindicato, a medida de retorno das atividades não essenciais é equivocada e irresponsável, já que não são serviços essenciais a garantia do fornecimento de energia elétrica. Pelo contrário, as atividades relacionadas à inspeção de unidades consumidoras estão voltadas, também, ao corte de energia nas residências e irá expor os trabalhadores ao risco desnecessário de contágio do Covid-19”.

As novas orientações da gestão da empresa sobre a "queima" do banco de horas e marcação de férias, e, em alguns casos, a suspensão do período de férias já agendadas, transferem para o conjunto dos trabalhadores a responsabilidade desta grave crise.

A gestão da Cemig segue à risca a política dos governos do estadual e federal que, mesmo em momento de pandemia como vivemos, continuam a priorizar a política do mercado e a inconsequente distribuição de dividendos aos acionistas. Não está na hora de pensar no dinheiro, precisamos pensar na preservação das vidas. O recolhimento social é a medida mais eficaz para combater a contaminação do Covid-19.

A direção coletiva do Sindieletro (Conselho Deliberativo) se reuniu na segunda-feira, 31 de março, e fez um levantamento junto a todas as sete regionais do Sindicato sobre a situação dos trabalhadores e trabalhadoras nestes tempos de coronavírus. Nessa mesma data, a direção conversou com o gerente de  Relações Trabalhistas e Internas (RH/RT), Brunno Viana, sobre a decisão da direção da Cemig de determinar a volta dos serviços não essenciais nas unidades consumidoras. Brunno Viana informou que são medidas orientadas pelo Marco Regulatório da Aneel.

“Não aceitamos. Não admitimos a medida de retorno às atividades não essenciais, a vida vale mais, a proteção tem que ser ampla”, destaca Jefferson Silva.

Ele antecipa que o Sindieletro já está trabalhando com suas assessorias para possíveis ações no campo político e jurídico, na tentativa de reverter a situação.

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