Cemig quer fatia de São Simão e oferece ativos para chineses



Cemig quer fatia de São Simão e oferece ativos para chineses

A bancada mineira se uniu, a Cemig entrou com várias ações judiciais, buscou parceiros e até tentou empréstimo no BNDES, mas nada conseguiu impedir a venda das quatro usinas, que foram leiloadas no dia 27 de setembro pela União. Para tentar remediar a perda de Jaguara, São Simão, Volta Grande e Miranda, que significam cerca de 40% da geração, a empresa estaria negociando um acordo com os chineses, que arremataram São Simão, para ficar com pelo menos um pedaço dessa, que era a maior usina da empresa.

Durante uma reunião fechada com os funcionários, realizada nessa sexta-feira (29) em Belo Horizonte, o presidente da companhia, Bernardo Salomão Alvarenga, teria anunciado que, em troca, os chineses ficariam com a participação de 22,4% que a Cemig tem na usina de Santo Antônio, em Rondônia, e também com parte da Light, distribuidora que atua no Rio de Janeiro.

O negócio não seria uma surpresa. Em meados deste ano, o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Adézio de Almeida Lima, chegou a confirmar que a negociação para a venda de Santo Antônio estaria avançada. Na época, quem aparecia como o mais provável comprador era exatamente o grupo chinês State Power Investment Overseas (Spic), que acabou de arrematar São Simão por R$ 7,1 bilhões, 6,5% a mais do que o esperado pela União.

Segundo a assessoria de imprensa, Alvarenga só dará informações nesta semana. Entretanto, o possível acordo foi confirmado por trabalhadores e diretores do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro). “Em palestra para os empregados, o presidente disse que ontem (28) os chineses estiveram aqui (sede da Cemig) e estariam dispostos a ceder de 40% a 45% de São Simão. Para isso, ele disse que venderia a participação da Cemig em Santo Antônio. Também citou a venda de outros possíveis ativos, como a Light”, afirmou o diretor de comunicação do Sindieletro, Arcângelo Queiroz, que participou da reunião.

Sem demissões

Durante o encontro, que teve entre os objetivo acalmar os funcionários, a diretoria garantiu que não haverá demissões, mas disse que um remanejamento será inevitável. Foi anunciada também a prorrogação do Plano de Demissão Voluntária (PDV). O prazo para as adesões, que terminaria em setembro, foi estendido para 17 de outubro, com desligamento até novembro. “Afirmaram que não haverá demissão, mas falaram em realocação entre os setores que estão com excesso de funcionários e os que estão com deficiência. Tranquilos, eles (trabalhadores) não saíram, pois, o antigo presidente também tinha prometido não demitir”, explicou o diretor do Sindieletro, Jairo Nogueira, que também é secretário-geral da CUT-MG.

item-0
item-1
item-2
item-3