A Cemig abriu licitação para a venda de sete imóveis em diferentes regiões do Estado. O leilão, pouco divulgado pela empresa, será realizado pela Gerência de Contratação de Serviços e Soluções Integradas (MS/CS), nesta sexta-feira, dia 4.
Foram colocados à venda imóveis em Caratinga, Belo Horizonte (no Bairro Camargos), Conceição das Alagoas, Itambacuri, Nova Ponte e Carmo do Rio Claro que, pelo edital, totalizam R$ 2,2 milhões. Pelas regras do no Pregão Eletrônico MS/CS 530-H09984, vencerá o leilão a proposta que apresentar maior preço, considerando a avaliação feita pela Cemig.
Dentre os imóveis anunciados está uma construção na região central de Nova Ponte onde funcionava o escritório da Distribuição.
O diretor do Sindieletro, Márcio Santos, destaca que esse imóvel foi edificado pela Cemig na época da construção da usina e da transferência da cidade Nova Ponte. Antes da reestruturação desenfreada na Cemig, o local abrigava equipes de plantão. Para Márcio Santos, a venda do imóvel “simplesmente anula qualquer possibilidade do retorno dos eletricistas para atender Nova Ponte e comunidades vizinhas”.
O valor mínimo para o leitão em Nova Ponte é de R$ 174.816,18, valor que o dirigente sindical considera muito abaixo do mercado, visto que o imóvel tem ótima localização e boa estrutura.
Pimentel repete Anastasia
Em 2015, logo após o fim da gestão do PSDB, o Sindieletro conseguiu, com a intervenção do Ministério Público, barrar três leilões para a venda de imóveis da estatal. Após denúncias apresentadas pelo Sindieletro e da recomendação feita pelo Ministério Público Estadual, a Cemig, no início do governo Pimentel, suspendeu por tempo indeterminado os leilões.
No documento, o promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno ressaltou que os leilões não tiveram publicidade adequada e não eram de amplo conhecimento da sociedade.
Na avaliação do Sindieletro, ao colocar esses imóveis à venda, o governo Pimentel reproduz a prática do governo PSDB ressuscitando os leilões de imóvel sem a devida transparência.
Há poucas semanas, a Cemig quase vendeu um imóvel que ocupa um quarteirão inteiro na região central de Araxá. O prédio onde a SM/UR funciona há mais de 40 anos só não foi entregue à Prefeitura a preço rebaixado após denúncias feitas pelos eletricitários de que o imóvel era impróprio para fins escolares como estava sendo anunciado
Para o Sindieletro, a pergunta que precisa ser respondida pela Cemig é qual a motivação para vender o patrimônio público da estatal? Por que abrir mão de imóvel tão estratégico como o de Nova Ponte a preço de banana? Quem se beneficia com esse tipo de operação? Cobramos respostas da empresa da Gerência de RH/RT, mas as respostas ainda não foram apresentadas.
Foto da Usina de Nova Ponte: Fonte- Jornal de Uberaba