Em outubro do ano passado, os eletricistas Fabio Rogério Souza Parreira (diretor do Sindieletro) e Cláudio de Oliveira Lopes, lotados em Rio Casca, tiveram o contrato de trabalho suspenso por tempo indeterminado pelo gerente Cláudio Eduardo de Souza (SD/SJ); uma sindicância foi aberta para apurar se a dupla realizou serviços que não foram registrados no sistema da Cemig e se alguns procedimentos realizados foram necessários.
Quase cinco meses depois, os eletricitários continuam com os contratos de trabalho suspensos, a sindicância não conseguiu provar nada que desabone a conduta da dupla, mas a Cemig tenta, a todo custo, encontrar algo que incrimine os trabalhadores. Os arapongas da empresa entraram em ação, convocaram os trabalhadores para depor juntamente com um auditor, mas absolutamente nada de errado foi encontrado.
O eletricista, diretor do Sindieletro e integrante da Cipa, Fabio Rogério Souza Parreira, diz não acreditar no que está acontecendo e que a sua rotina diária foi totalmente alterada, a família vive hoje um clima de insegurança e incertezas.
”Se tivessem encontrado algu ma coisa errada já teríamos sido demitidos, chego a sonhar que estou trabalhando”, desabafa. Para Fábio, o verdadeiro motivo para a suspensão é perseguição da chefia por ser diretor do Sindicato e ser atuante na Cipa.
O eletricista Cláudio de Oliveira Lopes esclarece que não foi encontrada nenhuma irregularidade, mas o contrato de trabalho continua suspenso e questiona por que a situação está indefinida até hoje.
“Nunca tive problemas na empresa, hoje faço tratamento com psicólogo, estou com depressão, a Cemig me adoeceu”, relata.Para o coordenador do Sindieletro na Regional Mantiqueira, Edvaldo Pereira da Silva, a situação dos trabalhadores demonstra a realidade autoritária da Cemig Supervisores impõem uma rotina de humilhação, fazendo prevalecer os privilégios às empreiteiras, ocultando suas irregularidades, e ameaçando os trabalhadores com perseguições.
O diretor do Sindieletro considera que Fábio e Cláudio são vítimas de um sistema hipócrita de gestão falido, entretanto, os gestores da Cemig insistem na prática de uma metodologia atrasada para punir os trabalhadores e ignorar as sugestões para a melhoria das condições de trabalho. Para ele, as atitudes erradas estão no sistema perseguidor, não nas atividades exercidas pelos trabalhadores.
“A Cemig perdeu o respeito pela dignidade dos eletricitários e age de forma covarde, dissemina a dúvida sobre suas condutas e interfere na vida dos trabalhadores com acusações infundadas”, destaca.
FNU e CUT na luta
A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) enviaram uma carta ao presidente da Cemig, Mauro Borges, solicitando uma reunião emergencial para discutir as práticas antissindicais na empresa.