A Diretoria de Gestão de Pessoas, pasta comanda por Maura Galuppo, anunciou no dia 12 de dezembro o lançamento de mais um Plano de Desligamento Voluntário Programado (PDVP). O documento já foi enviado para todos os trabalhadores e trabalhadoras da Cemig.
No apagar das luzes, a gestão da empresa indica a continuidade da nefasta política de desvalorização do seu quadro próprio. Basta ver, por exemplo, que um dos critérios deelegibilidade para adesão ao plano é que o eletricitário (a) possua tempo de serviço de Cemig igual ou superior a 25 anos, a completar até 31 de dezembro de 2019.
“A abertura de sucessivos planos de desligamento, sem a recomposição adequada dos quadros perdidos, está sucateando ainda mais a Cemig”, avalia o coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva. “A agressividade dos planos de desligamento provocou a extinção de diversas equipes em todo o estado,
prejudicando muito a execução das atividades”, completa.
Para Silva, o PDVP recém-lançado traz outro grave problema. Num plano cujos alvos são os eletricitários e eletricitárias com mais de 25 anos de empresa, é preocupante o impacto que a perda do conhecimento desses trabalhadores causará para aCemig. “É um prejuízo estrutural incalculável para a empresa, já que são pessoas com décadas de experiência, nas mais diversas áreas e que dominam os processos de trabalho”, avalia.
“Sem nenhum incentivo além do pagamento das verbas rescisórias estabelecidas pela legislação, o PDVP lançado ontem é, na verdade, um programa onde a empresa pede autorização para demitir com data programada”, analisa.
Quitação plena, não!
É fundamental reconhecer os resultados da nossa luta emdefesa dos direitos da categoria eletricitária. Em 2017, tivemos uma campanha duríssima com a gestão Cemig, sobretudo pela entrada em vigor da Reforma Trabalhista e a consequente tentativa da empresa de utilizá-la para atacar as nossas conquistas.
Um dos pontos pelos quais lutamos e que garantimos fora do nosso Acordo foi a cláusula da “quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia”, em caso de planos de desligamento lançados pela Cemig.
Para quem não se lembra, essa foi uma pauta da Reforma Trabalhista, apropriada pela Cemig, que forneceria à empresa argumentos jurídicos para questionar ações judiciais detrabalhadores depois que se desligassem da Companhia por meio de planos de desligamento. Mas, para isso, precisaria constar como cláusula no nosso ACT.
Como não aceitamos a pressão da empresa e lutamos pelo direito de cobrar, na Justiça, os passivos devidos pela gestão da Cemig, o nosso ACT não prevê planos de desligamento e muito menos quitação plena de direitos, conforme a própria empresa reconhece no documento lançado ontem. A luta vale a pena!