A gestão da Cemig ameaça descumprir o Acordo Específico de PLR e, por meio do seu presidente, Reynaldo Passanezi Filho, fecha os olhos para as necessidades emergentes dos eletricitários neste momento de crise do novo coronavírus.
Empossado no cargo no início do ano pelo governador Romeu Zema, ele nega o pagamento da Participação nos Lucros em abril, bem como insiste em pagar somente em outubro, apesar de a empresa ter o dinheiro, o presidente quer fazer caixa com a PLR dos trabalhadores.
Desde o início da crise, o Sindieletro vem buscando junto à direção da Cemig, por meio do gerente de Relações Sindicais e Internas (DPR/RT), Brunno Viana, formas de minimizar os impactos financeiros para a categoria. Também pedimos garantias de proteção aos trabalhadores durante esse período de pandemia.
O Sindieletro considera que o pagamento da Participação no Lucro e Resultados em abril seria uma forma da empresa mostrar boa vontade e comprometimento com o bem estar dos trabalhadores. A medida não significa despesas para a Cemig, uma vez que a verba da PLR já estava reservada no caixa da empresa.
Porém, a direção se mostra resistente, insistindo na sua proposta de pagar a PLR somente em outubro. Para nós, a posição da direção da Cemig é o reflexo da política imposta pelo governo do Estado, que defende apenas os interesses econômicos dos empresários em detrimento dos trabalhadores e da sociedade.
Não por acaso, o atual presidente da Cemig foi escolhido para presidir a empresa. Ele tem uma visão totalmente voltada para o mercado e é extremamente privatista. Reynaldo Passanezi já ocupou diversas posições executivas no setor elétrico; foi presidente da ISA Ceteep, tem passagens pelo setor financeiro e foi assessor do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização do governo de São Paulo.
Na mesma linha conservadora do mercado financeiro, está o atual diretor de Finanças e Relações com investidores, Leonardo George de Magalhães. Ele foi alçado ao cargo de diretor da Cemig depois de coordenar o Comitê de Negociação Sindical, em 2019. Uma coordenação marcada pelo desgaste, autoritarismo e falta de diálogo com a categoria. Na época, o nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) só foi fechado após a atuação do Tribunal Regional do Trabalho e do envolvimento de parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em defesa dos eletricitários.
Para o Sindieletro, a direção da Cemig acenou apenas para as necessidades financeiras da empresa e dos acionistas. A empresa joga a responsabilidade da crise nas costas dos trabalhadores.
Repudiamos veementemente a posição intransigente da direção da empresa. Para nós, a vida vale mais que o lucro e insistimos que voltemos a negociar o pagamento da PLR, ainda em abril.