Cemig ignora risco iminente e vidas estão em perigo



Cemig ignora risco iminente e vidas estão em perigo

Em março de 2014, o adolescente Nilson Vittor Amorim Santos, então com 14 anos de idade, teve a vida ceifada precocemente ao tocar acidentalmente uma estrutura metálica na rede de média tensão. A tragédia abalou a família e chocou toda a pequena cidade de Vargem Grande do Rio Pardo, no Norte de Minas.

No mesmo município, em janeiro deste ano, técnicos da Cemig constataram que havia risco iminente de acidente em uma obra de construção de um galpão e que o perigo deveria ser eliminado imediatamente para evitar a ocorrência de nova tragédia.
Um projeto de modificação da rede elétrica foi elaborado e aprovado pela Cemig, mas até o momento não chegou ao setor responsável a autorização para a execução da obra. Ou seja, a Cemig fecha os olhos e cria entraves para obras que podem eliminar riscos de acidentes envolvendo a população.

O custo, que gira em torno de R$ 30 mil para fazer a mudança, deve ser arcado pelo proprietário do imóvel, que provavelmente não tem esse recurso. Mas, de acordo com informações dos eletricitários, por envolver risco iminente, a Cemig tem a obrigação de executar a obra e depois cobrar o ressarcimento das despesas na Justiça.

A Cemig informou que a obra de segurança está em “processo de liberação” para execução e será feita independentemente do pagamento por parte do cliente”. Mas o Sindieletro apurou que, conforme consta no SAP da própria empresa, a obra está em fase de liberação desde o dia sete de abril, muito tempo para a eliminação de risco iminente.

Para o diretor do Sindieletro em Salinas, Vicente Ferreira Nascimento, fica evidente o descaso da Cemig com a segurança dos consumidores. “É estranha a desculpa de que não há recursos financeiros a uma simples modificação na rede para eliminar um risco iminente. Enquanto isso, pedidos de obras de pessoas influentes, inclusive políticos, são atendidos imediatamente, sem restrições de gastos”, questiona.

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