Esse ano (2019), a Cemig não iluminou a Praça da Liberdade, ponto alto do Natal da capital, como sempre fez. Uma omissão emblemática da perda de brilho da maior estatal mineira no primeiro ano do governo Romeu Zema.
2019 foi um ano de desgastes para a empresa, com 2 operações da Polícia Federal e pedido de recuperação judicial da Renova e parcos resultados no esforço para se ver livre de três pesos: a Light e as usinas Santo Antônio e Belo Monte. E a Taesa continua 100% com os Diretores da época do Governo Pimentel.
Para fechar, houve a publicação do estranho edital na área de geração distribuída, em que o nome do ganhador apareceu no documento. O caso veio à tona em reportagem de Os Novos Inconfidentes.
O edital foi a gota d’água a entornar um copo cheio de insatisfações. Fontes da cúpula do Partido Novo escalaram as críticas à gestão da estatal. Nas palavras de um novista, ainda não se viu “nenhuma mudança positiva” na administração da Cemig. As substituições na cúpula feitas pelo governador Zema não teriam sido suficientes para alterar o poder interno na empresa.
Na realidade, o grande incômodo entre os críticos da atual gestão na Cemig parece ser a movimentação do ex-presidente da empresa Bernardo Salomão, através de diretores e nomeados da administração anterior. Salomão vem atuando na iniciativa privada no setor de energia; seus principais clientes tem como objetivo os negócios com a Cemig. O que tem rendido muito ruído nos bastidores.
A missão do atual presidente Cledorvino Belline, indicado por Zema, não tem sido fácil. Ele andou reclamando nas últimas semanas que a empresa é meia novista e meia petista, abriga objetivos e interesses diferentes, não fala a mesma língua, etc, e assim fica difícil. Mas o fato é que Bellini não tomou posição ou lado até aqui; optou por tentar se equilibrar entre as divergências internas.
Enquanto isso, surgem rumores no mercado de que a Cemig corre riscos de perder a concessão de mais usinas de geração. Já perdeu quatro na gestão Pimentel.
Definitivamente, não é uma boa para o Estado a fragilização da empresa às vésperas do inicio do seu processo de privatização. O projeto para venda da estatal será enviado à Assembleia no próximo semestre, segundo confirmou esta semana o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa.
Fonte: Os Novos Inconfidentes/A Mosqueteira