Cemig é a culpada por falta de acordo



Cemig é a culpada por falta de acordo

Sem negociação não tem como fazer acordo. Isso tem que ficar bem claro para todos. Mas, ao invés de manter o diálogo com os eletricitários, a Cemig enviou novo comunicado, hoje(18), para Sindieletro e categoria, fazendo mais pressão.

Além de fazer terrorismo, a empresa tenta enganar a categoria com uma informação falsa, que caso a PLR seja aprovada depois do dia 20 de dezembro, o pagamento só poderia ser feito em 04/2014, devido aos acordos já assinados com outros sindicatos. Isso é terrorismo! Os acordos são separados por sindicatos, ou seja, a Cemig não tem nenhum impedimento legal para fazer um pagamento em janeiro e outro em abril.

O que é ilegal ?

Sugerimos aos gestores da empresa, que estão tão preocupados sobre a legalidade das datas para pagamento da PLR, que questionem isso à Super Receita Federal. E, também, sobre a legalidade de se fechar acordo de PLR em dezembro, para cumprir metas de um ano que já terminou.

Atitudes de quem nunca quis negociar

Todos na Cemig sabem que o acordo de PLR deveria ter sido fechado em março, mas a direção da Cemig ignorou os prazos legais, protelou e empurrou as discussões para que este debate se misturasse com a campanha de renovação do ACT. Descumpriu inclusive o acordo assinado.

Usou desde o início a pressão dos prazos, de forma oportunista e imoral, para garantir a PLR milionária para seus gestores. A empresa apresentou uma proposta com data de validade vencida e agora coloca a faca no pescoço da categoria para cumprir um prazo vencido há nove meses.

As setoriais seguem em todas as portarias da Cemig para ouvir a opinião da categoria.

Eletricitários debatem limites da PLR

Nas diversas setoriais que o Sindieletro está fazendo para avaliar junto com a categoria quais as premissas e os limites para a participação nos lucros, a categoria tem demonstrado que não aceita o pagamento da PLR com múltiplos diferenciados.

A categoria está sinalizando em alguns lugares, que aprovaria somente a PLR referente a 2013, sem os múltiplos diferenciados, deixando para discutir a participação nos lucros de 2014, até março.
Os eletricitários estão unânimes em não ceder à pressão da Cemig para aceitar uma proposta de PLR para 2014 sem metas claras e que não foi discutida com a categoria.

Se milhares de eletricitários não receberem o adiantamento da Participação nos lucros em 2013, a culpa será da Cemig que protelou as negociações, tumultuando a campanha de renovação do acordo coletivo.

Demissões e constrangimentos

Para o diretor do Sindieletro, Jobert de Paula, outra grande luta dos eletricitários será a readmissão dos demitidos, pela estabilidade no emprego e contra os acidentes de trabalho. “Não dá para aceitar a participação nos lucros que só privilegia a alta gestão e está manchada de sangue. Não foi isso que conquistamos com greve de fome”, observou.

A emoção tomou conta e arrancou lágrimas de muitos que participaram da setorial na Itambé na quarta-feira, 18, que discutiu a participação nos lucros, quando o técnico comercial, Rogério Oliveira do Amor Divino pediu a palavra.

Rogério recebeu o pior presente que um trabalhador poderia ter: a demissão. “Depois de 30 anos de trabalho, sou tratado como escravo, traído, humilhado. Não queria estar aqui para discutir sobre dinheiro, temos que discutir sobre os acidentes na empresa, sobre vidas”, destacou.

“Este não é o momento de ninguém se vender. Já perdemos o anuênio e a Maria Rosa. Nossa briga com a Cemig não é por dinheiro, é por dignidade, é por estabilidade no emprego”. Acrescentou

Além de Rogério, mais três trabalhadores foram demitidos na Itambé, todos do setor de projetos, que está sendo desmantelado e repassado para empreiteiras. Os eletricitários sequer puderam entrar na empresa nesta manhã, para pegar seus pertences e tiveram que esperar a autorização de um superintendente para passarem pelas catracas Mesmo assim, os trabalhadores foram acompanhados de perto por seguranças.

Abalado, como não poderia deixar de ser, o trabalhador demitido chamou a atenção dos eletricitários para se unirem na luta pela estabilidade no emprego. “Tenham dignidade, pensem no dia de amanhã, nos seus filhos. A PLR não é a solução para nossos problemas. O momento é de nos unirmos, o barco esta à deriva e vai naufragar, não adianta se esconder atrás dos outros”.

Para Rogério, além da estabilidade no emprego, a categoria tem que discutir a segurança, uma obrigação da empresa que está sendo negligenciada pela atual gestão, que só se preocupa em encher os bolsos dos acionistas. Ele também mandou um recado para os arapongas.” Aqui não tem bandido, somos trabalhadores com os sentimentos aflorados que lutam por justiça, não é vergonha lutar por nossos direitos, vamos extirpar o câncer que se instalou na direção da Cemig”, desabafou.

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