Autoritarismo até a última hora
Ás vésperas do feriado de Natal, a Cemig divulgou o edital para o processo de seleção interna. As regras, que deveriam ter sido debatidas com representantes dos trabalhadores, ao longo do ano, foram baixadas de forma autoritária. Feita sem a contribuição dos trabalhadores que poderia ajudar na definição do número de vagas, pré-requisitos para inscrição e critérios para mudança nas carreiras funcionais, cargos e para enquadramento nas carreiras funcionais, o decreto tem falhas e lacunas e as reclamações dos eletricitários começam a chegar ao Sindieletro.
Um trabalhador diz que “indignação” é a palavra que define o sentimento dos eletricitários diante do edital, que está longe de ser um instrumento que viabiliza o crescimento profissional na Cemig, como afirma a empresa. Ele questiona, principalmente, o número de vagas oferecidas. “Foram abertas apenas 44 vagas para engenheiro (todas em Belo Horizonte) enquanto no último concurso externo foram 160 vagas para a função somente no edital. Não podemos aceitar essas "migalhas". A Cemig tem que valorizar a prata da casa”.
Para outro trabalhador, a resposta da categoria para o edital deve ser a mobilização. “Devemos cobrar da nova direção da empresa, que tomará posse em janeiro, a suspensão deste edital e a publicação de um novo que realmente crie oportunidades de crescimento e mudança para nós que há tanto tempo estamos ajudando essa empresa a crescer”, defende.
2014, ano em que a Cemig não negociou
O edital para a seleção interna foi divulgado um mês depois da publicação da abertura de vagas para o processo de seleção interna. A direção do Sindieletro lamenta que esta tenha sido a postura da Cemig nos últimos anos.
O coordenador geral do Sindieletro Jairo Nogueira Filho, destaca que o caso da seleção interna ilustra os prejuízos que a falta de diálogo provoca na política de RH da Cemig. “Como não houve debate entre a empresa e os trabalhadores, não se sabe qual a demanda para a seleção interna, se o número de vagas apresentado é suficiente e se os critérios de avaliação são os mais eficazes”, alerta.
Em 2014 a empresa não negociou nada com os trabalhadores apesar da cobrança do Sindicato para o diálogo sobre metas da PLR, construção do movo PCR, seleção e mobilidade interna. Sem debate, a Cemig baixou decreto sobre a compensação dos dias parados e anunciou o uso da verba do PCR para contemplar pessoas já beneficiadas em anos anteriores.
Opine sobre a seleção interna
O Sindieletro recebeu as primeiras considerações sobre o processo deflagrado pela Cemig e pede que mais trabalhadores opinem sobre a seleção. Envie sugestões, avaliações pois elas ajudarão em nossas publicações. Não será identificada a autoria das mensagens.