Cemig apresenta plano para pagar três hidrelétricas



Cemig apresenta plano para pagar três hidrelétricas

O governo federal depende dos R$ 11 bilhões que virão da venda das quatro usinas da Cemig para cumprir a meta fiscal. Apesar de não querer abrir mão do leilão dessas hidrelétricas, a União vem sinalizando que aceitaria um acordo, desde que a estatal mineira desse garantias de pagamento. Na quinta-feira (17), a Cemig apresentou uma proposta ao Ministério do Planejamento. O plano é recorrer a bancos privados e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pagar o que o governo deseja.

O preço de R$ 11 bilhões é para Volta Grande, Jaguara, São Simão e Miranda. Como a estatal só tem interesse em ficar com essas três últimas, o valor cairia para R$ 9,7 bilhões. A Cemig não deu detalhes, mas, segundo o deputado federal Fábio Ramalho (PMDB), “a estatal teria cerca de R$ 5,2 bilhões, somando ativos e energia que tem para vender”. “A Cemig precisaria de R$ 4 bilhões. Mas é preciso saber se os bancos vão querer emprestar”, afirmou.

O deputado adiantou ainda que já existe reunião marcada para a próxima segunda-feira, com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. Na terça-feira, o encontro seria com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.

Segundo Ramalho, a Cemig ainda tem R$ 1 bilhão a receber por indenização por investimentos feitos em São Simão e Miranda. “Esse dinheiro, o governo vai pagarem 2018. Seria uma espécie de carta garantindo o pagamento, para que a Cemig consiga o empréstimo”, ressaltou. O alinhamento já estaria acontecendo. “Hoje (17), os jurídicos da Cemig, do Planejamento e da Advocacia Geral da União se reuniram para procurar soluções jurídicas para esse acordo”, acrescentou.

Representantes da Fazenda ponderaram que a operação seria possível desde que a Cemig apresentasse garantias bancárias. Já o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o endividamento da empresa já equivale a quatro vezes sua geração de caixa. Por isso, dificilmente o negócio poderia ser feito. (Com Helenice Laguardia, de O Tempo, e agências)

Na Justiça

Desde 2012, a Cemig reivindica a devolução das hidrelétricas. Segundo a estatal, os contratos originais de concessão previam renovação automática por mais 20 anos.

Fonte: Jornal O Tempo

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