Responsável pelo cafezinho servido com capricho aos trabalhadores da Cemig de Patrocínio, a auxiliar de serviços Geni Aparecida Vital Luiz, da Conservadora AGM Ltda, tem sido alvo de comoção na empresa. Na última segunda-feira, dia 15, ao preparar o café da tarde, Geni se acidentou com água fervendo. Levada por um funcionário da Cemig ao Pronto Socorro da cidade, foi comprovado que ela teve queimaduras de segundo e terceiro grau no antebraço, consideradas muito graves - e recebeu atestado de cinco dias.
Eletricitários do quadro próprio dizem ter ficado surpresos quando, apesar da evidente gravidade dos ferimentos, o técnico de gestão administrativa lotado na SM/PM e subordinado à gerência da CD/CG pediu que a trabalhadora passasse pela avaliação de outro médico. Pelas informações apuradas, no dia seguinte ao acidente (16), Geni passou por nova consulta, desta vez com médico de segurança do trabalho de uma clínica especializada e indicada pela Cemig. Pelas informações recebidas, o médico teria dito à trabalhadora que ela teria 15 dias de licença médica e não apenas 5 como o médico do Pronto Socorro havia recomendado.
Naquele momento o técnico da Cemig teria questionado o médico sobre a necessidade desse atestado, alegando que a trabalhadora não precisaria do afastamento médico, uma vez que poderia ser colocada em outra função para fazer serviço mais leve. Desde então o que os colegas da Cemig têm visto com indignação é Geni trabalhando com bolhas no antebraço, sentido dores e tendo que trocar curativos, enquanto maneja equipamento e água fervendo para fazer café como se nada tivesse acontecido.
Para o Sindieletro essa situação inaceitável comprova a irresponsabilidade da Cemig no trato com a saúde e segurança dos trabalhadores e a interferência ilegal que a estatal faz junto às empreiteiras. O diretor do Sindieletro na Regional Triângulo, Wilian Franklin, está em contato com supervisor Vlademir Paulo da Silva e o gerente Adelino Leandro Henrique cobrando providências que a situação seja imediatamente revertida, garantindo o afastamento da trabalhadora para se tratar.
A história de Geni também resume a relação desumana que a Cemig mantém com seus trabalhadores na Região de Patos de Minas. Na última pesquisa de clima, Patrocínio e outras cidades do Triângulo ficaram muito mal colocadas no ranking do clima organizacional. Chefias dizem que isso é culpa do trabalhador, mas sabemos que é resultado de uma gestão ruim, historicamente marcada por acidentes de trabalho graves e até fatais, da ingerência na relação com empreiteiras e da negligência com a saúde e segurança - que gera clima ruim na Cemig da região de Patos de Minas.