As assembleias terminam nesta sexta-feira (28) e a categoria rejeita a proposta da Cemig, aprovando a paralisação no dia 1º de novembro. Para começar cedo, com mais união e resistência, estamos realizando, hoje, a SEXTA VERMELHA!
Debate nas portarias
Na Itambé, em Belo Horizonte, o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, ressaltou que atualmente a categoria está pagando pelo atraso gerado pela Cemig nas negociações. "Em oito reuniões, a empresa se restringiu a discutir a questao econômica ao invés de negociar," alertou. Quando apontam a redução do lucro, um cenário macroeconômico difícil e o marco regulatório, o Sindieletro não foge do debate mas cobra espaço para intervir na discussão para mostrar que o cenário da empresa é melhor que no passado e que não há motivos para retirar direito do trabalhador.
No Triângulo o entendimento da categoria tem sido que a proposta da empresa para renovar o Acordo Coletivo vai contra os direitos dos trabalhadores. Também é sentimento geral que a Cemig tenta retirar conquistas antigas que representariam economia mínima para a estatal enquanto trariam forte prejuízo para os eletricitários, como por exemplo, a gratificação da linha viva que a empresa quer voltar a pagar sobre salário inicial e não sobre o salário base.
“Também causa indignação a proposta de dividir a reposição das perdas salariais num momento de aumento da cesta básica, penalizando em muito o trabalhador”, conta o coordenador da Regional Triângulo, Willian Franklin. Por esses motivos, no Triângulo, os eletricitários rejeitam a proposta e se preparam para participar de toda e qualquer manifestação que vier em defesa do ACT. “Aqui os eletricitários estão num processo importante de mobilizar uns aos outros”, explica Willian Franklin.
O técnico do Quarteirão 14, Lauro da Silva, critica a postura da empresa na negociação. “A nota que dou para essa proposta da Cemig é zero. Também dou zero para o tratamento que a empresa vem dando aos trabalhadores ao longo dos anos”. Para ele, o eletricitário tem que abrir olhos e se voltar mais para a coletividade para conseguir algo melhor. “O nome diz que o que está em discussão é um Acordo Coletivo de Trabalho e não um acordo individual. Se a situação está indo assim, difícil, é porque os trabalhadores que são a base de apoio do sindicato ainda não estão mobilizados como precisam,” avalia.
Também na Cidade Industrial, o diretor do Sindieletro, Wellington de Almeida Neves (Tupã), destacou a importância dos trabalhadores que estão distantes da luta se juntarem á categoria mobilizada. “O que a Cemig está fazendo com essas pegadinhas para tirar direitos é o que governo federal defende. Como estamos correndo risco de perder conquistas de anos, temos que estar unidos para barrar essas armadilhas".
O coordenador do Sindieletro na Regional Metalúrgica, Ronei Cardoso, também destacou, em BH, que o momento é de resistência às grandes ameaças de perdas contidas na proposta da Cemig. “Vemos na mesa uma postura de "escuta surda": a gente fala e Cemig não escuta. A empresa quer carta branca para demitir e não incorpora conquistas da Sentença Normativa ao Acordo Coletivo. Mas cabe só a nós decidirmos se vamos deixar Cemig tirar direitos ou mobilizar e barrar como fizemos com privatização da empresa”, alertou Ronei.
Sangria das empreiteiras
Enquanto na mesa a Cemig tenta, ainda, restringir a primarização retirando do Acordo Coletivo a cláusula do concurso público e das 400 convocações, crescem as provas da perda de controle sobre a atuação das empreiteiras na estatal. A denúncia de desvio de material pela empreiteira Jadel, em Curvelo, comprova o desperdício.
O secretário geral do Sindieletro,Vicente Ferreira Nascimento, considerou inaceitável que continue se registrando a construção de redes clandestinas, o desvio de material e até acidentes sem que Cemig tome uma providência. “É preciso responsabilizar as pessoas da empresa e do governo do Estado que mantém essa gestão ruim”, defendeu o dirigente. Um trabalhador da Cidade Industrial reforçou que a impunidade da empresa diante do desvio de material é absurda e criminosa e deve ser denunciada ao Ministério Publico.
A direção do Sindieletro reforça nas portarias o recado dado na mesa de negociações: Não aceitará que a mesma empresa que faz vista grossa para denúncias de desvio e superfaturamento pelas empreiteiras venha descontar esses prejuízos no ACT do trabalhador.
Um bom acordo depende somente da nossa união! Participe, convoque seus colegas de trabalho para as assembléias e venha semear lutas para colher conquistas!
Proposta abaixo da crítica
Depois de apresentar e retirar uma proposta péssima, na semana passada, a Cemig tenta ludibriar os trabalhadores com nova proposição abaixo da crítica.
A diretoria da estatal insiste em parcelar a correção dos salários pelo INPC, em duas vezes, sendo a primeira correção em novembro/2016 e a segunda em maio/2017.
A empresa também não respondeu sobre o cumprimento dos Extra Acordos, não aceitou nenhuma proposta apresentada pela categoria nas setoriais e não retirou as restrições para a concessão o Auxílio Educação.
A Cemig finge que negocia e por isso cabe aos eletricitários mostrar à empresa a realidade dessa negociação: não aceitaremos o rebaixamento ou a retirada dos nossos direitos e exigimos que a Pauta da categoria seja respeitada!
Veja as perdas que a proposta da Cemig tenta impor aos eletricitários
- Reajuste salarial: INPC 70% em Nov/2016 e 30% em Maio/2017.
- Vale Peru pago somente no dia 22/12.
- Aumento real: Zero.
- Hora extra prejudicada: Passa a considerar o sábado como dia útil.
- Altera redação da cláusula da gratificação da Linha Viva.
- Propõe voltar com a cláusula do pagamento de periculosidade sobre o salário base.
- Piora a redação da cláusula da garantia de empregos e retira as cláusulas de quadro mínimo de empregados e da taxa de fortalecimento sindical.
- Não respondeu sobre o pedido de prorrogação de data-base.