Os eletricitários começaram a semana em greve e irão continuar mobilizados para acompanhar a reunião de negociação que será realizada a partir das 16 horas desta segunda-feira, 14. Os diretores da Cemig, Franklin Moreira e Márcio Serrano participarão das negociações. Pelo Sindieletro estarão o coordenador geral, Jefferson Silva e os diretores Marcelo Correia e Celso Primo.
Na manhã desta segunda-feira, 14, representantes do Sindieletro estiveram reunidos com o deputado Rogério Correia e com assessores da bancada do PT na Assembleia para debater formas de garantir a intervenção do governo do Estado nas negociações com os eletricitários.
Neste 20º de greve, estamos realizando setoriais nos locais de trabalho para discutir a proposta da Cemig (na foto principal, setorial no CriuUberlândia). Foi mais um dia de greve com muita mobilização em todo o Estado, com passeatas, audiências, união dos demais sindicatos e apoios do movimento social e do legislativo. Na semana passada, após uma nova rodada de negociação, que só foi possível depois de muita luta, a Cemig apresentou uma nova proposta para o nosso ACT 2015/2016 e para o acordo de PLR.
Nosso recado
Na quinta-feira (10), saímos da reunião com o presidente da Cemig, Mauro Borges, e os diretores Márcio Serrano e Franklin Moreira acreditando que um acordo seria possível. Entretanto, na sexta-feira a mesa de negociação apresentou uma proposta que mais parece uma tentativa de golpe, pois não traz os avanços negociados com as entidades sindicais e, ainda por cima, vem com mais retrocessos.
Ao que tudo indica, mais uma vez os interesses dos gerentes e superintendentes prevaleceram na proposta da PLR e as empreiteiras barraram a primarização.
Parece que a direção da empresa não entendeu. Então, vamos repetir: A “gerentada” pode colocar as barbas de molho, pois não haverá acordo sem propostas de Primarização decente e de PLR justa e linear. Enfim, não tem acordo se persistirem as tentativas da Cemig de rebaixar direitos e retirar as nossas conquistas!
OS PROBLEMAS DA ÚLTIMA PROPOSTA APRESENTADA PELA CEMIG
Na reunião da semana passada ficou acertado que a Cemig incluiria a primarização das equipes multifuncionais, ou seja, as duplas de eletricistas que executam os serviços emergenciais e comerciais.
Também ficou definido que seria discutida a primarização do COD, assumindo a parte da operação que hoje é feita pelas contratadas, e a operação das usinas.
A empresa deu uma maquiada na proposta de PLR, propôs 50% linear e 50% proporcional, mas incluiu, sem negociar com os sindicatos, mais uma vez privilegiando os gerentes e superintendentes, uma garantia para os salários mais altos, criando um tal Fator de Reconhecimento (FR).
Na proposta, faltou, ainda, incluir alguns acertos feitos na mesa de negociação, tais como discutir a não implantação da dupla de linha viva, a proibição do uso de motos no trabalho, e todos os itens discutidos sobre Relações de Trabalho: ACT da Sá Carvalho e Rosal; Vale Cultura; incluir cursos de pós-graduação no auxílio educação; e ampliação do horário flexível.
Não à retirada de direitos
Na reunião com os diretores, afirmamos não ser possível aceitar a retirada de direitos e que não era sequer razoável aprovar a redução do capital do seguro de vida sem a participação dos aposentados, que
são os primeiros interessados.
Na sexta-feira fizemos um debate com os técnicos da empresa e construímos uma saída, suspender a ação que o Sindicato está patrocinando, e discutir um acordo até março de 2016.
Também sobre a retirada da ação que cobra a verba do PCR em 2007/2008, após esclarecimentos dos jurídicos, ficou acertado negociar depois do fechamento da campanha: A representação da Cemig sinalizou com 1% de aumento real em troca da ação. No entanto, na proposta apresentada foi mantida a retirada dos direitos, e em troca de nada.
Por incrível que pareça, discutimos e a empresa ficou de incluir a estabilidade no emprego, mas a proposta voltou muito pior, veio que teremos que aceitar e ratificar o PDV. Um cheque em branco para qualquer “PNB” que eles criarem.
Na reunião com a diretoria, ficou de ser negociado o não desconto dos dias de greve e a garantia de não punição dos grevistas. Neste
caso, eles nem nos retornaram.
Proposta de PLR reafirma a desigualdade
Na proposta, 65% das metas corporativas (lucro líquido, LAJDA e PMSO) seriam definidas pelo Conselho de Administração, e 100% das
metas operacionais definidas pelas gerencias. Ou seja, a maior parte das metas seriam definidas sem negociação e nem mesmo com o conhecimento prévio dos sindicatos.
Além disso, as metas operacionais limitam a 100%, ou seja, na prática só podem reduzir o valor a ser pago ao trabalhador, e ainda com pesos diferentes: 60% para o PTAO, 50% para o PNU, 40% para gerentes e somente 30% para superintendentes.
Os maiores salários são sempre protegidos. Foi criado um tal de Fator de Reconhecimento (FR) que garante um mínimo de 1,2 remunerações em 2015 para os salários maiores. A diretoria definirá o que quiser em 2016. Ou seja, o mínimo que era um valor para proteger os menores salários (que no ano passado foi de R$ 18 mil foi excluído) e agora fazem um mínimo para proteger os salários mais altos. É mole? Como se não bastasse, o montante inclui o repasse para a Forluz, e adivinhe, também favorece os maiores salários, pois a alíquota começa em 3,60% e vai até 14,39%, conforme aumenta a remuneração.