Cano no comércio



Cano no comércio

A Engele responde, na Justiça, por dar cano de R$ 30 mil em donos de pousada em Guanhães. Ecel assumiu contrato da Cemig na região, mas também atrasa com fornecedores.

Geralda Inácia Vieira da Silva e o marido José Francisco tentam receber, desde 2012, uma dívida da Engele com hospedagem e alimentação de trabalhadores a serviço da Cemig em Guanhães, no valor de quase R$ 30 mil. “Tinha obra do Programa Luz Para Todos na região e vinham muitos trabalhadores hospedar e almoçar aqui. Os 24 quartos da pousada viviam ocupados. A gente não atendia mais ninguém e tinha que virar a noite trabalhando”, conta Geralda.No final de 2011, o pagamento das despesas começou a atrasar.
“A gente não cortava o crédito porque confiava na Cemig. Nós cobrávamos, mas o pessoal da empreiteira foi devendo, devendo... até sumir”, lamenta Geralda. A dívida referente a 500 diárias e 80 marmitex agora está sendo cobrada da Engele e da Cemig na Justiça.
Desde que a Ecel assumiu as atividades que eram realizadas pela Engele, em janeiro de 2012, a pousada voltou a atender trabalhadores a serviço da Cemig. Mas a nova empreiteira já começa a atrasar o pagamento, o que preocupa Geralda e José Francisco. “Não é possível que a Cemig não faça nada”, questiona a comerciante.

Trabalhadores e fornecedores no prejuízo
Por causa de irregularidades no pagamento de horas extras, atraso nas férias e más condições de trabalho, os eletricitários da Ecel fizerem uma greve de mais de 20 dias, considerada a mais longa da história da categoria em Minas Gerais.
Para o coordenador do Sindieletro no Vale do Aço, Emerson Andrada Leite, o problema não está na Engele ou na Ecel, mas no modelo de terceirização que a Cemig adota. “Para ganhar a licitação, as empreiteiras assinam contratos impraticáveis. A Cemig deixa as empresas à vontade e é questionada na Justiça pelos direitos dos trabalhadores, mas a sociedade não tem a quem recorrer e fica com um prejuízo grande”.

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