Os serviços online da Cemig foram alvos de hackers, ficando três dias fora do ar. O ataque começou no dia 25, Natal.
Vários trabalhadores procuraram o Sindieletro, por meio de nossos canais de comunicação, e criticaram a empresa por não ter tomado os devidos cuidados para evitar a situação. Um eletricitário disse que acompanhou a revolta de consumidores, que não conseguiram utilizar o sistema virtual da Cemig durante o feriado de Natal. "Isso acaba com a imagem da empresa e faz o que esse governo tanto deseja, despertar a revolta do povo contra a Cemig", disse.
Outro trabalhador apontou que a TI da Cemig está atuando em sobrecarga, com falta de pessoal. E acrescentou que o sucateamento da Cemig, sobretudo de setores estratégicos, é visível e absurdo. Uma mensagem de outro companheiro critica: "Todas gerências estão cortando e negligenciado a segurança. Devemos observar esse fato como um acidente e apurar as causas e os responsáveis". O trabalhador disse também que a situação demonstrou descaso do governo do Estado, podendo ser até sabotagem. "Depois, o governo vem defender a privatização, dizendo que a Cemig é ineficiente. Estão manipulando, estão promovendo o descaso para que o povo fique contra a empresa", acrescentou. E houve quem questionasse: "E as metas da nossa PLR, como ficam? É uma gestão para o desmonte que a gente não tem controle".
Confira abaixo a matéria publicada no jornal Hoje em Dia:
Canais digitais da Cemig voltam a funcionar após ataque cibernético
Após três dias fora do ar, o portal e os canais digitais da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) voltaram a operar na segunda-feira (28). A empresa sofreu um ataque cibernético na sexta-feira (25), comprometendo serviços oferecidos pela internet.
Com o restabelecimento dos serviços, solicitação de segunda via de contas ou a manifestação de problemas na rede já podem ser feitos também em meio virtual.
Segundo a companhia, apesar de o sistema ter ficado off-line nos últimos dias, a operação do sistema elétrico e a gestão da força de trabalho em campo operaram normalmente, garantindo a prestação de serviços.
Ataque
Conforme a Cemig, o núcleo de operação de segurança identificou "um comportamento anômalo na rede interna, com características de um ataque malicioso em ransomware" (que seria um tipo de software que infecta determinado computador e exibe mensagens, exigindo pagamento para fazer o sistema voltar ao normal).
A companhia ressaltou, no entanto, que menos de 10% dos servidores tiveram o conteúdo criptografado e a "operação do sistema elétrico e as principais bases de dados (clientes, faturamento, atendimento e gestão empresarial) não foram comprometidas".
A empresa foi procurada na segunda-feira para comentar o caso, mas ainda não respondeu à reportagem. No domingo, a Cemig declarou que não recebeu contato de supostos autores do ataque, nem houve vazamento de dados dos clientes. Afirmou ainda que as autoridades já foram notificadas e atuam no caso.