Campanha Salarial: Copasa insiste em reajuste abaixo da inflação e retirada de direitos



Campanha Salarial: Copasa insiste em reajuste abaixo da inflação e retirada de direitos

Mobilizados e em estado de alerta, os trabalhadores e trabalhadoras da Copasa aguardam a retomada das negociações do Acordo Coletivo 2019/2020, com a expectativa de que a empresa mude sua postura e recue na intenção de cortar direitos. O SINDÁGUA foi convocado para uma reunião de última hora com a direção da Copasa, na sexta-feira, 20 de setembro.

No início da reunião, os dirigentes do Sindicato manifestaram sua preocupação com a trágica morte do encarregado Marcelino Rodrigues Borba, soterrado em uma vala de esgoto em Borda da Mata, e cobrou empenho da Copasa na investigação das causas da morte do trabalhador e na apuração das responsabilidades pelo acidente.

Quanto ao Acordo Coletivo, a empresa agora acena com a proposta de reajustes diferenciados, com um índice para os trabalhadores de salários mais baixos e outro para os demais. Os benefícios são mantidos, mas sem reajuste. A direção, no entanto, insiste em rediscutir com os sindicatos quatro conquistas dos trabalhadores: participação nos lucros (quer acabar com a PL linear), garantia de emprego, jornada de trabalho de 44 horas e gratuidade no vale-transporte.

Essas propostas têm o claro objetivo de dividir a categoria e enfraquecer a luta e a resistência contra a retirada de direitos e a privatização da Copasa. Achatar salários, piorar o padrão de vida dos trabalhadores e precarizar as condições de trabalho fazem parte da estratégia de preparar a empresa para ser vendida pelo governo Zema.

 A proposta de reajustes diferenciados foi rechaçada pelos dirigentes sindicais, que reforçaram a necessidade de reposição integral da inflação acumulada em 12 meses, de 5,07%, abaixo do reajuste tarifário de 8,38% autorizado pela Arsae para a Copasa. O Sindicato entende que reajustes diferenciados prejudicam parte da categoria e desestrutura a carreira dos trabalhadores, dificultando a continuidade do PCCS, ao criar distorções salariais que precisariam ser corrigidas no futuro.

Outro ponto a emperrar as negociações é a intenção da direção da Copasa de acabar com a PL linear. O SINDÁGUA já manifestou diversas vezes que é contrário a qualquer modificação no modelo de distribuição na participação nos lucros. A PL igual para todos fez justiça aos trabalhadores e não prejudicou os de salários mais altos. A PL não é instrumento para avaliar desempenho. Os mecanismos para ampliar e incentivar a produtividade são a GDI e a Gratificação de Desempenho Gerencial.

A categoria não aceita a redução de direitos, e os trabalhadores devem intensificar a mobilização e engrossar a luta pela garantia das conquistas históricas e para a construção de um Acordo Coletivo justo e digno. A valorização da categoria pela empresa é fundamental para que os trabalhadores continuem plenamente empenhados e estimulados em suas atividades, para atingirem as metas de produtividade, qualidade e lucratividade na prestação de um serviço essencial para a população.

Fonte: FNU

item-0
item-1
item-2
item-3