A categoria eletricitária avança no debate, na definição e encaminhamento à Cemig da pauta de reivindicações da Campanha salarial 2019. No final de junho aconteceu reunião do Conselho Deliberativo do Sindieletro para o início da Campanha de Renovação do ACT 2019/2020. Desde então, as ações só vão se intensificando.
Em julho foram realizadas com os trabalhadores dezenas de reuniões setoriais para construir coletivamente a pré-pauta de reivindicações, além do debate sobre a conjuntura política e econômica do país, de Minas e da Cemig, com foco na privatização, os impactos sobre as relações e condições de trabalho para os eletricitários. Também foram pautas das setoriais
o apoio à greve da educação e a luta contra a Reforma da Previdência.
O planejamento da Campanha Salarial continuou com reuniões da Diretoria Sindical nos dias 25, 26 e 27 de julho. Em 02 e 03 de agosto, acontecerá nova reunião para montar a pré-pauta de reivindicações. A partir do dia 05 de agosto o Sindicato realizará assembléias no Estado para aprovação definitiva das reivindicações que serão encaminhadas à Cemig.
Conjuntura difícil é oportunidade de fortalecer a luta
A categoria eletricitária vive, hoje, uma conjuntura de extremos ataques aos seus direitos e de falta de pudor e ética do próprio governador, do presidente da Cemig e de secretários de governo em manifestar desdém pelos trabalhadores e pela empresa, com ameaça permanente de Romeu Zema de privatização.
O debate com os trabalhadores tem destacado o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) imposto pelo governo federal a Minas Gerais, que prevê a privatização das estatais mineiras e suas subsidiárias, com a Cemig à frente na lista de entrega do patrimônio dos mineiros. E o recado do Sindieletro é claro e insistente: a resistência terá que ser dura, firme e forte, em todas as frentes de lutas para impedir a venda do patrimônio dos mineiros. Historicamente, é em cenários mais adversos para a
classe trabalhadora que a luta se faz mais necessária e fundamental para impedir os retrocessos. Desta vez, e mais uma vez, a categoria eletricitária não fugirá à luta.
Subserviência
Romeu Zema tem demonstrado subserviência à pressão do governo federal pela privatização da Cemig e demais estatais. Ao mesmo tempo, vem atacando os eletricitários e a empresa, com discurso de que os trabalhadores são o problema e a estatal
não representa desenvolvimento para Minas. Para justificar o projeto privatista, o governador e sua equipe de gestores (os da Cemig, inclusive) mentem escandalosamente, afirmando que a empresa é ineficiente e a única alternativa é aderir ao RRF. Mas eles não dizem que os trabalhadores e a população de Minas enxergam outra solução para a crise financeira do Estado, sem prejuízos para ninguém. Ou seja, que o problema econômico se resolva com a negociação da dívida da União com Minas gerada ao longo dos anos pela Lei Kandir, uma débito atualmente estimado em cerca de R$ 135 bilhões.
Nesse contexto, o Sindieletro convoca a categoria eletricitária para a mobilização total, numa Campanha de Renovação
do ACT que vai exigir muito mais luta e mais resistência para impedir a privatização da Cemig. Os trabalhadores têm a seu
favor a Constituição Mineira, que estabelece: a venda de estatais e suas subsidiárias só pode ser feita com o voto de três quintos dos deputados em dois turnos e com referendo popular. Porém, a Constituição já está sob ataque, pois o governador
já manifestou a intenção de acabar com o referendo popular. Ele tem demonstrado que não vai desistir fácil, mas nós, trabalhadores, podemos mostrar que a nossa resistência é muito maior.