Cadê a coerência?



Cadê a coerência?

A categoria já tem claro que não aceita mais o atraso e a degradação nas relações de trabalho. São muitas as denúncias de práticas antissindicais cometidas por diretores, superintendentes e gerentes da empresa. Para nosso espanto e indignação, muitas denúncias dizem respeito à postura do diretor Franklin Moreira Gonçalves (DGT). São tentativas de aliciamento e chantagem com os trabalhadores do COS para recebimento de um adicional de 30%, condicionado à não adesão ao movimento, e de justificar a desigualdade da PLR. Com essas práticas, o discurso e as ações do diretor da DGT negam a construção histórica da defesa da linearidade, que ele próprio ajudou a construir.

Não esqueceremos o histórico de militância e luta sindical de Franklin Moreira. Mas ele não pode esquecer que foi na construção coletiva que suas posições em defesa dos direitos dos eletricitários se estabeleceram e o levaram a ser escolhido para a DGT. Ao escolhê-lo, o governador Pimentel sinalizou que honraria o compromisso de resgatar, respeitar e valorizar a categoria eletricitária e dar à Cemig uma gestão transparente.

A nomeação do Franklin Moreira trouxe para a categoria a expectativa de rompimento com os desmandos, truculência e a crise ética e moral promovida pelos burocratas ligados à gestão passada. Infelizmente, as expectativas vão se transformando em frustração e decepção, com a reprodução fiel de práticas antidemocráticas e de desrespeito com os trabalhadores.

A nossa defesa da PLR linear não é um discurso baseado em situações de mercado. É uma questão de JUSTIÇA, e o diretor Franklin sabe disso. A produtividade é discurso do capital, não do trabalhador. Dizer que a primarização na Cemig só é possível se houver aumento de produtividade é o mesmo que dizer que o quadro próprio trabalha menos do que o quadro terceirizado.

Na mesa de negociação, o Sindieletro insiste em discutir a produtividade com base em outros conceitos. Queremos que a Cemig reconheça e atue contra o retrabalho, os desvios de materiais e serviços, a corrupção e a falta de diálogo entre os setores que se complementam. Mas esse debate a Cemig ignora.

O Sindieletro repudia o formato das negociações, a negligência do presidente Mauro Borges com a pauta de reivindicação dos trabalhadores e o comportamento incoerente do diretor Franklin Moreira.

Reconhecemos que a nossa negociação é muito maior que qualquer objetivo pessoal ou político. Aqui, deixamos o recado mais importante à diretoria da Cemig: a nossa decepção se transforma rapidamente em indignação e em mais força para a luta dos eletricitários.

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