Havia suspeitas sobre o motivo pelo qual Brunno Viana teria sido promovido a superintendente na Cemig durante uma gestão que pressiona e descarta gerentes e superintendentes. Contudo, na primeira reunião de negociação do ACT 2021/22 ficou claro seu compromisso com a política do governador e do partido Novo — é preciso mentir e tentar enganar a categoria para avançar no projeto privatista do Romeu Zema. O Cemig Online publicado no dia 13 de outubro, sobre a primeira reunião de negociação do ACT com as entidades sindicais, é uma grande mentira.
Ambos os lados reivindicaram respeito nas negociações. No entanto, o representante do comitê da gestão da empresa, o superintendente Brunno Viana, traiu esse compromisso durante toda a sua fala. Não existiu respeito por parte de Brunno Viana quando discutiu a situação econômica da empresa baseado somente em argumentações relacionadas às usinas privatizadas e com concessões a vencer. Ele não explica, por exemplo, o crescente lucro da empresa, mesmo com queda de venda de energia. Falta respeito e transparência.
No comunicado da gestão da empresa também é afirmado que "um bom acordo coletivo é aquele que tem a participação direta dos trabalhadores em decisões importantes de seu cotidiano". Porém, a prática da gestão da empresa tem sido proibir a participação dos trabalhadores em assembleias e reuniões setoriais, com ameaças de cortes de horas e outras punições. Isso nunca ocorreu na história das negociações coletivas. É uma demonstração de autoritarismo e ataque à organização dos trabalhadores.
A gestão da empresa defende a Reforma Trabalhista de forma clara, afirmando que "na prática, essa legislação fortaleceu os acordos entre as partes, definindo que os pontos acordados prevalecem sobre o legislado”. O que o representante do Comitê de Negociações não explicita no texto é a forma como a gestão da empresa está utilizando a nova legislação trabalhista. O §3° do artigo 614 da CLT também foi alterado, sendo acrescida a vedação à ultratividade — isso significa que após o vencimento da data-base, em 31 de outubro, se não houver acordo fechado a empresa não tem obrigação de cumprir com as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, podendo aplicar a nova legislação trabalhista.
Entregamos a pauta de reivindicações no dia 15 de setembro, e a gestão da empresa convida para primeira reunião faltando 13 dias para o vencimento do nosso ACT. Utilizam o prazo e esse parágrafo da nova legislação trabalhista para pressionar a categoria a fechar um acordo que satisfaz os interesses privatistas de Zema. Repudiamos a postura do representante do comitê da gestão da empresa, Brunno Viana, em mesa de negociação. Hoje, às 16h, entraremos na 2ª reunião e negociação. Exigimos o que foi pactuado entre as partes na primeira reunião: RESPEITO!
Cemig: esse trem é nosso! #ForaZema #ForaPassanezi