Bombeiros pegam equipamento emprestado para atendimento

Durante combate a um incêndio na Savassi, uma militar morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória e os bombeiros não tinham desfibrilador para atendimento

A morte de uma sargento do Corpo de Bombeiros durante o combate a um incêndio no apartamento de um prédio na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, nessa quinta-feira, revelou uma falha grave. Segundo relatos de testemunhas, a tentativa de reanimação de Fernanda Ferreira Patrocínio de Oliveira, de 33 anos, teve que ser feita com um desfibrilador emprestado pelo Minas Tênis Clube, pois nenhuma viatura presente no momento em que a sargento foi encontrada possuia o aparelho.

Segundo o capião Frederico Pascoal, as únicas viaturas que são obrigadas a ter o aparelho são as de atendimento hospitalar. Ele explica que a ocorrência contou com a presença dessas viaturas, mas, quando a sargento foi encontrada, elas já tinham voltado para a sede do Coprpo de Bombeiros. “Já estava na fase final da ocorrência, nas últimas vistorias e os moradores já estavam sendo autorizados a entrar no prédio. Como não havia vítimas, as viaturas retornaram”, explica o capitão.

De acordo com ele, as viaturas comuns que ainda estavam no local da ocorrência não são obrigadas a ter o desfibrilador, mas agora isso será revisto. Ainda segundo o capitão, o procedimento de saída das viaturas de atendimento hospitalar também ser rediscutido.

Ainda não é possível saber a causa da morte da sargento e nem o que ela estava fazendo no momento em que passou mal. Relatos de testemunhas dão conta que ela foi encontrada caída dentro do elevador do prédio, mas essa informação ainda precisa ser confirmada. De acordo com o capitão Frederico, colegas disseram que viram Fernanda atuando no incêndio, inclusive ajudando pessoas a saírem do prédio, mas segundo ele há uma lacuna entre isso e o momento em que ela foi encontrada desacordada.

Nesta tarde, o Corpo de Bombeiros divulgOu uma nota lamentando a morte da sargento e enviando condolências a amigos e familiares. O texto lembrou o juramento dos bombeiros no trecho que diz "Salvar vidas, mesmo que seja com o sacrifício da própria vida". Na nota, os bomebiros ainda afirmaram que Fernanda escreveu, com a própria vida, mais um capítulo de nossa história. "Que sua curta trajetória seja sempre lembrada como um exemplo de amor e lealdade a esta corporação", finaliza o texto.

Investigação

Além do inquérito policial, uma investigação interna do Corpo de Bombeiros será instaurada para apurar a morte da sargento Fernanda Ferreira. A militar foi encontrada por moradores do edifício dentro de um elevador do prédio após o combate às chamas. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas as causas da morte ainda serão apuradas.