As notícias do ataque à jornalista Patrícia Campos ganharam a mídia nos últimos dias. Ela foi atacada de maneira covarde
e misógina, extrapolando todos os limites de decoro daquele que se diz chefe de Estado, que falou, em meio a risadas: “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”. Mas o que faz alguém sentir-se tão à vontade para falar, com tanta naturalidade, algo que fere a dignidade de uma mulher?
Não é de hoje que Bolsonaro tem atacado as mulheres. Podemos citar alguns exemplos: ainda quando era um insignificante
deputado, atacou a deputada Maria do Rosário, dizendo que não a estupraria porque a considerava feia. Ele ainda declarou que dos seus cinco filhos, caçula, uma mulher, era fruto de uma fraquejada.
Em outra ocasião, declarou que considerava justo que as mulheres recebam menos que os homens, pois engravidam. Na
ocasião do golpe contra Dilma Rousseff, ovacionou um dos torturadores da primeira presidenta do Brasil na época da ditadura:
Brilhante Ustra.
Essas violências, engendradas pelo maior representante do país, deixam explícito como a imagem depreciativa da mulher
está enraizada na cultura brasileira. Constantemente, o presidente dispara gatilhos para incitar a violência contra a mulher,
que cresce de forma absurda no Brasil e no mundo. O chefe de Estado é um representante claro do anacrônico patriarcado. Uma
ameaça à vida, à democracia e à expressão da mulher na sociedade atual. É preciso uma força--tarefa de todas as brasileiras (e
brasileiros!) para reverter este quadro insano. Pela vida das mulheres!
Por Elisa Novy, diretora das secretarias da Mulher, Saúde e Formação do Sindieletro, e Maria de Lourdes, diretora do Sindieletro