O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial de um dia em homenagem ao escritor Olavo de Carvalho, que morreu na segunda-feira (24) nos Estados Unidos, onde vivia.
A decisão contrasta com a postura adotada pelo chefe do Executivo diante da morte de diversos artistas, intelectuais e personalidades.
Desde o início de seu governo, Bolsonaro ignorou as mortes de figuras de grande relevância, como as cantoras Elza Soares e Beth Carvalho, o cantor Agnaldo Timóteo, o ator Tarcísio Meira, o humorista Paulo Gustavo e os compositores João Gilberto e Aldir Blanc.
Em nenhum dos casos citados houve atos do Poder Executivo determinando luto oficial, tampouco manifestações de solidariedade expressadas pelo presidente da República.
Um levantamento do jornal O Globo divulgado na terça-feira (25) mostra que o atual presidente foi o que menos assinou esse tipo de decreto. Historicamente, o país entra oficialmente em luto duas vezes por ano.
Bolsonaro não assinou decretos de lutos em episódios de grandes proporções, como o crime ambiental de Brumadinho, que matou 272 pessoas, o acidente do Ninho do Urubu, que vitimou dez pessoas, e as mais de 600 mil mortes pela pandemia.
Ex-presidentes também decretaram luto em casos com muitas mortes, como a queda do avião da Chapecoense, o incêndio na Boate Kiss, os mortos por desastres naturais e o terremoto no Haiti.
A declaração de luto pela morte de Olavo de Carvalho foi publicada no Diário Oficial da União por volta das 15h desta terça-feira (25). Algumas horas antes, Bolsonaro já havia feito uma homenagem ao escritor em sua conta no Twitter.
Por Paulo Motoryn, Brasil de Fato|DF