O projeto Samba na Roda da Saia estreou em setembro do ano passado com a criação de uma banda composta só por mulheres. Desde a idealização do grupo, até a formação da harmonia musical, da percussão e dos vocais, são elas que comandam. No repertório, só estão compositoras de talento como Jovelina Pérola Negra a Fabiana Cozza, passando por Clara Nunes, Mart’nália, Clementina de Jesus, Leci Brandão e outra estrelas que fazem a história do samba no país.
Para a produtora cultural Rosane Pires, a nova banda vem com a força das mulheres pretas e periféricas do nosso tempo, com toda sua inventividade, criatividade, sem perder a malandragem do Samba feito e vivido por homens e mulheres há décadas. “Essas mulheres vivem do Samba e para o Samba, e vieram para ficar, com todo o amor visceral que a vida nos exige todos os dias”, garante a líder do grupo. Não é a toa, diz Rosane, que a roda de Samba é redonda como também redonda é a saia das sambadeiras, como gostam de afirmar as meninas da nova banda.
De acordo com a produtora, o objetivo do projeto é desmitificar a ideia de que o Samba - e também a vida - são espaços masculinos onde cabem às mulheres apenas os papeis coadjuvantes. Rosane, que já foi uma das coordenadoras do projeto “É samba que a nega quer”, no bairro São Cristóvão, na capital, conta que as mulheres da banda são exemplo vivo do protagonismo feminino negro. “Todas possuem carreira na música mineira. Algumas com formações autodidatas, outras tendo passado por espaços formadores de músicos de Belo Horizonte e da Região Metropolitana”.
O talento do grupo Samba na Roda da Saia pode ser conferido em diferentes espaços de BH. Quinzenalmente, elas se apresentam em bares e espaços culturais da cidade – como o Centro Cultural Juvenas, no bairro Serrano, e em espaços do bairro Santa Tereza.
PÁGINA OFICIAL: facebook.com/sambanarodadasaiaBH
ONDE APRENDER PERCURSÃO DE GRAÇA: Núcleo Estudos Cultura Popular Prado (NECUP) (31) 32950716. facebook.com/necup
Crédito da foto: Ana Cecília Assis