Na 12ª rodada de negociação, nea sexta-feira (19), os bancários receberam a cobrada proposta de reajuste, mas rejeitaram imediatamente. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu o equivalente a 65% da inflação acumulada em 12 meses, até a data-base da categoria (1º de setembro). Com base em estimativa do Banco Central, o Comando Nacional dos Bancários calcula que a proposta corresponda a 5,82% de reajuste, com 2,9% de perda real. As negociações serão retomadas nesta segunda (22).
“O setor mais lucrativo do país propõe perda real de 2,9% para seus trabalhadores, um desrespeito com os principais responsáveis pelos seus lucros. A categoria está mobilizada e organizada e não vai aceitar esse índice”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional. “Entre as propostas absurdas também querem diminuir e congelar a PLR (participação nos lucros ou resultados).”
Os representantes dos trabalhadores lembram que os cinco maiores bancos brasileiros (Itaú, Santander, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil) tiveram lucro, somado, de R$ 56 bilhões no primeiro semestre. Alta de 3,7% em 12 meses.
Pauta inclui aumento real de 5%
Assim, para a PLR, os bancos propõem o mesmo índice. “Para aumentar o lucro dos acionistas”, afirmam os sindicalistas. Segundo eles, a remuneração per capita anual da diretoria executiva dos maiores bancos deve atingir R$ 8,9 milhões por integrante neste ano. Crescimento de 11,1% em relação a 2021 e 132 vezes maior do que a remuneração anual de um escriturário (incluindo salário, 13º, férias, tíquetes e PLR). Em 2021, os três maiores bancos privados distribuíram em média 6,6% de seus lucros para os trabalhadores.
As negociações começaram há dois meses. A pauta aprovada pelos bancários, que têm campanha nacional, inclui reposição salarial e nas demais verbas com base no INPC, além de aumento real de 5%. O índice seria aplicado também na PLR.
Fonte: Rede Brasil Atual