Bancários garantem acordo para manter emprego e salário durante a pandemia

 O Comando Nacional dos Bancários obteve das direções do Itaú e do Santander a garantia de manutenção dos empregos durante a pandemia do coronavírus. Os bancos manterão o pagamento integral dos salários e anteciparão o 13º salário. O horário de trabalho nas agências será reduzido. A informação foi repassada aos representantes dos trabalhadores nesta terça-feira (24). O Bradesco ainda não se pronunciou oficialmente.

O Comando e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram por videoconferência na segunda-feira (23), para tratar das atividades da categoria e as medidas a serem tomadas diante do novo coronavírus. Os bancos responderam algumas das reivindicações hoje.

“Foi uma vitória do movimento sindical. Não podemos aceitar que o setor que mais lucra no Brasil demita seus funcionários em um momento de pandemia mundial”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional. “Temos a responsabilidade de não colocar trabalhadores e clientes em risco neste momento e já temos cerca de 200 mil trabalhadores em home office em todo o país”, destacou.

“É uma grande conquista. Vemos vários setores anunciando ou realizando desligamentos”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também da coordenação do Comando. “Isso é fruto de uma categoria que se organiza nacionalmente e se mantém unida”, acrescentou.

Juvandia afirmou ainda que os bancários se manterão mobilizado por renda mínima para desempregados e questionando a MP 927, considerada MP da Morte.

Medidas especiais

Os bancários também obtiveram a antecipação do 13º em vários bancos. O Santander fechou parte das agências e colocou parte do quadro de funcionários em férias coletivas.

Todos os que estão com suspeita de terem contraído o vírus e os que tiveram contato com estes, foram liberados do trabalho e as unidades em que trabalham são higienizadas segundo as orientações das autoridades sanitárias. Os bancos também prometeram intensificar as campanhas de comunicação, inclusive na TV, sobre medida de prevenção e as posturas sociais a serem tomadas para impedir ou reduzir a propagação da covid-19.

Segundo Juvandia Moreira, os bancos aceitaram liberar grande parte dos trabalhadores para trabalhar em sistema de home office. Em todos os bancos, os funcionários do grupo de risco e gestantes, estão em casa. “É outra vitória de nossa negociação coletiva. Mais de 200 mil trabalhadores já foram liberados para trabalhar em casa. Com a garantia da manutenção dos salários e dos direitos”, disse.

Caixa Federal e Banco do Brasil vão manter apenas serviços essenciais. Haverá atendimento presencial apenas a pessoas que não têm como usar outro meio.

Santander, Itaú e Bradesco também estão adotando medidas de contingenciamento para a entrada nas agências.

Fonte: Rede Brasil de Fato

Mais prazo para pagamento
Ivone Silva informou que foi reivindicado dos bancos ampliar prazos de pagamento e suspender vencimentos de boletos por 60 dias. Além de isenção de tarifas de transferências eletrônicas por mês (TED e DOC) para evitar aglomerações. 

“Importante que se mantenha o atendimento à população somente em caso de emergência, com agendamento para não lotar as agências”, acrescentou a presidenta do sindicato da categoria em São Paulo.

“Os bancos são concessão pública e precisam manter seu papel social. Em um momento trágico que estamos vivendo, os bancos não podem pensar em garantir seu lucro, com manutenção de metas e demissões.” 

O Comando dos Bancários também reivindica a suspensão das metas e a manutenção do atendimento não presencial das atividades consideradas essenciais pelo Decreto 10.282/2020 (compensação, redes de cartões de crédito e débito, caixas eletrônicos e outros serviços não presenciais de instituições financeiras)