Centrais sindicais, movimentos sociais e representantes de partidos políticos se uniram na noite da segunda-feira, 9 de janeiro, em Belo Horizonte, em Ato em Defesa da Democracia.
A manifestação, realizada também em outras cidades do interior mineiro e em outras capitais, foi uma resposta e um protesto contra as ações de terrorismo e ações violentas que bolsonaristas golpistas, inconformados com a derrota na eleição presidencial de 2022, fizeram em Brasília no domingo (8), para instalar o caos e o pânico no país e forçar uma intervenção militar (golpe). Na verdade, pediam a ruptura do estado democrático de direito e o retorno de Jair Bolsonaro ao governo.
Os terroristas, com a conivência e a leniência do governo do Distrito Federal, cujas forças de segurança pouco fizeram para impedir as ações, invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e setores do Palácio do Planalto, depredaram o patrimônio público, inclusive símbolos nacionais e obras de artes, e roubaram armas e presentes que parlamentares e presidentes receberam de chefes de Estado de outros países. Banditismo puro e simples, que precisa ser punido exemplarmente.
Além de repudiar a invasão e depredação das sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, as manifestações também reivindicam a punição dos responsáveis diretos e indiretos pelos atos e o respeito ao resultado das eleições que consagraram Lula (PT) presidente do país. Palavras de ordem contra o ataque terrorista foram entoadas pelos manifestantes, como "sem anistia, sem perdão. Bolsonaro e seus golpistas na prisão" e "sem terrorismo, não dá pra passar pano para o fascismo".
Apesar das chuvas, milhares de pessoas participaram do ato, marcado pela diversidade e que teve concentração na Praça Sete, com marcha até a Praça da Estação. O protesto, convocado na noite de domingo e organizado em debate pela manhã desta segunda-feira na sede da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), foi coordenado pelo presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho; secretária-geral da Central, Lourdes Aparecida de Jesus; e a presidenta da CTB, Valéria Volpato, presidenta da CTB, Valéria Volpato.
Estiveram presentes na manifestação a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e a artista visual Daru Tkuna, que foi à manifestação representando Célia Xakriabá (Psol), primeira deputada federal indígena eleita por Minas Gerais. Também estiveram no ato torcidas organizadas Corinthians de Belo Horizonte, a Resistência Alvinegra, do Atlético, a Resistência Azul Popular do Cruzeiro e a torcida organizada do América. O diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Carlos Motta, presente no protesto, lembrou que, em 24 horas, nove profissionais da imprensa foram agredidos por bolsonaristas que estavam acampados, por mais de dois meses, em frente à 4ª Companhia do Exército, em Belo Horizonte.
Para esta quarta-feira (11), também está previsto um ato nacional no Distrito Federal. Outros atos serão organizados em Belo Horizonte e no interior do Estado, porque, no entendimento dos presentes na reunião na sede da CUT/MG, a luta será permanente e será preciso manifestações de rua constantes para o enfrentamento e isolar os bolsonaristas da sociedade brasileira. Para isso, foi sugerida e aprovada a criação de uma frente permanente de defesa da democracia.
Fonte: CUT Minas, por Rogério Hilário