Atendimento ruim e exploração em agência de Uberlândia



Atendimento ruim e exploração em agência de Uberlândia

Na semana passada, representantes do Sindieletro foram bem cedo à agência João Pinheiro, em Uberlândia para apurar denúncias de mau atendimento e sobrecarga de trabalho.

Na agência, que registra cerca de 800 atendimentos por dia, apenas os supervisores são do quadro próprio, e a longa fila se forma a partir das 7 horas da manhã. Todo o atendimento é feito por apenas 11 trabalhadores terceirizados da Publikimagem, empresa que, nos últimos anos, assumiu o serviço nas agências.

O operador de retroescavadeira, Milton Vaz Ribeiro, contou que aquela já era a quarta vez que enfrentava fila para resolver o mesmo problema: nos últimos meses, o valor da conta subiu de R$ 90 para R$ 400 mensais. “Em outubro, disseram que a minha dívida tinha chegado a R$ 1.800. Desde então, estou na luta para provar o erro da empresa e receber a restituição do valor”. Além da demora e falhas, na maioria das vezes os consumidores aguardam de pé, pois, as cadeiras são poucas e mal dão para atender os idosos.

Más condições de trabalho

A sobrecarga de trabalho na Cemig Fácil provoca baixa qualidade do serviço e adoecimento profissional. Recentemente a empresa contratada substituiu atendentes experientes por novatos, com menores salários, mas continua cobrando a mesma produtividade.
Os terceirizados sofrem pressão para cumprir metas de 45 atendimentos por dia. Muitas vezes os clientes são dispensados e a providência solicitada só é realizada após o expediente. Consequentemente, esses serviços feitos fora do horário normal de trabalho têm levado os atendentes a jornadas de até 11 horas diárias, mas sem receber hora extra.

A preocupação é que, com a precarização do atendimento, aumentem as agressões por parte dos consumidores mais exaltados, fato que já ocorreu e foi relatado à Cipa. Mas nenhuma providência foi tomada ainda.

O que diz a Cemig

A Cemig foi procurada pela reportagem e tentou minimizar as denúncias. A empresa alega que, no último mês, 70% dos clientes foram atendidos com até 25 minutos de espera, 24% entre 26 e 45 minutos e que apenas 6% dos consumidores tiveram que esperar mais de 45 minutos. Segundo a empresa, “está em fase de projeto a ampliação do espaço de triagem e da sala de espera para propiciar maior conforto aos clientes, com previsão de conclusão para o fim de janeiro de 2017”.

Na avaliação do coordenador do Sindieletro na Regional Triângulo, Wilian Franklin, a situação da Cemig Fácil confirma o descaso da empresa com o consumidor. “Ao substituir atendentes experientes e bem capacitados com o único intuito de economizar, a Cemig passa a clara mensagem de que sua real opção é pela vontade de seus acionistas de ter mais lucro”, ressalta.

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