As assembleias realizadas desde o dia 19 estão gerando um intenso debate entre os trabalhadores sobre forma como a Cemig vem conduzindo as negociações da PLR. A categoria está votando a proposta do Sindicato de PLR 2017 e a adesão à greve geral do dia 28, sexta-feira.
Em todos os locais onde foram realizadas assembleias até o momento, os eletricitários estão aprovando proposta de distribuição do lucro apresentada pelo Sindieletro e a adesão à greve. O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, destacou que o péssimo resultado da Cemig significou enormes perdas no montante da PLR que será paga em maio. Para ele, este momento é oportuno para discutir com a categoria o modelo de gestão da empresa e a PLR de 2017.
Os eletricitários estão pagando uma conta que não é nossa, mas fruto de uma gestão equivocada, que nos últimos quatro anos de gestão do PSDB, distribuiu 12 bilhões de dividendos aos acionistas. Ao mesmo tempo, o governo buscava recursos financeiros no mercado para a compra de ativos gerando prejuízos. Somente o investimento na empresa de energia renovável Renova causou um prejuízo de R$ 1,2 bi para os cofres da estatal.
O coordenador do Sindieletro destacou que, se a categoria não pressionar, a Cemig não vai negociar a PLR de 2017, ou vai apresentar a mesma proposta já rejeitada pelos trabalhadores.
Para o Sindieletro o momento também é oportuno para discutir o montante, a forma de distribuição, as metas e indicadores da PLR. Como lucro é resultado do esforço coletivo, o Sindieletro defende a distribuição linear e montante de 4% do Lajida, com um valor mínimo de 150 milhões, que daria a cada trabalhador um mínimo de R$ 21 mil, distribuídos de forma linear.
Evitando indicadores desconhecidos e de difícil gestão pelos eletricitários, o Sindieletro defende que sejam estabelecidos cinco indicadores: DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor), IPTD (Índice de Perdas Totais da Distribuição), IASC (Índice Aneel de Satisfação do Consumidor), EIRMGF (percentual de energia impactada pelo mecanismo de redução de garantia física – mede a disponibilidade das usinas para o sistema elétrico), IDT (Índice de Disponibilidade da Transmissão) e o ITC (Índice de Transferência de Custos que mede a apuração de custos secundários na Distribuição, visando maior controle e economia de custos).
PEC 241
O diretor do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, lembrou que em abril completa-se um ano do governo ilegítimo. Em pouco tempo o governo Michel Temer conseguiu aprovar a PEC 241, que congelou por 20 anos os investimentos na saúde e educação e a liberação irrestrita da terceirização e agora ameaça com uma profunda reforma na Previdência e Trabalhista.