Assembleias rejeitam proposta da Cemig e ACT 2023 segue em dissídio

As assembleias realizadas entre os dias 22/12 e 27/12 rejeitaram a terceira contraproposta da gestão Zema na Cemig para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023, nos seguintes percentuais: 58,41% reprovaram a proposta, 33,53% aprovaram e 8,06% se abstiveram. Agora, o dissídio segue a partir do dia 20 de janeiro, no retorno do recesso forense.

Essas assembleias encerram mais um ciclo da campanha iniciada há mais de quatro meses, em 22 de agosto. A entrega da pauta foi realizada na data simbólica do aniversário de morte de Juscelino Kubitscheck, o idealizador da Cemig. A pré-pauta fora construída conjuntamente com a categoria em setoriais por todo o Estado e reflete demandas históricas e imediatas.

Nossa defesa gira em torno de três principais eixos: a luta pela preservação da vida e saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras; a luta pela retomada de conquistas históricas e a manutenção das conquistas anteriores da categoria eletricitária; e a luta pela preservação da Cemig como patrimônio do povo mineiro.

Após mais de dois meses de espera (e cobrança) pelo início das negociações, realizamos oito reuniões com a gestão da empresa. Sem sucesso, no entanto: a atual gestão da Cemig nunca teve interesse real em negociar. Tentou impor um festival de desrespeito aos eletricitários e às regras trabalhistas no nosso ACT, instrumentalizando o Acordo Coletivo para decidir sobre temas que não deveriam constar ali.

A situação da negociação coletiva na Cemig difere bastante do que vemos na Copasa, por exemplo. Por lá, em seis reuniões a empresa apresentou duas propostas e aprovou um acordo levando em conta as ressalvas da categoria. Um verdadeiro processo de negociação, com escuta e concessões. É importante que a categoria eletricitária entenda que não estamos vivenciando uma negociação legítima na Cemig. Não podemos aceitar o processo de imposições e desrespeito que a gestão Zema quer implementar!

A luta continua em 2024

Em tantas reuniões realizadas, a Cemig apresenta apenas três propostas, uma pior que a outra! O empenho da deputada Beatriz Cerqueira motivou a reabertura da mesa de negociação com a Cemig, porém, a proposta apresentada não atendeu aos anseios da categoria. Com este impasse, o próximo passo é o julgamento. O dissídio foi instaurado no final de novembro e será encaminhado a partir do fim de janeiro de 2024, na volta do recesso do Tribunal. O primeiro passo do dissídio é sempre a conciliação. Como não ocorreu, agora seguiremos no processo judicial.

Vale lembrar que o Sindieletro ainda aguarda manifestações sobre diversas liminares: A garantia do pagamento do vale-alimentação/refeição e das mensalidades do Sindieletro. Também buscamos na Justiça barrar a convocação de diretores liberados para voltarem para a base, garantindo, dessa forma, a robusta representação sindical nesta e em outras trincheiras de luta pela categoria eletricitária.

O nível de violência desta gestão já virou uma marca histórica na empresa. À semelhança de governos autoritários, a gestão Zema na Cemig não respeita instituições e tenta forçar a implementação de mudanças, influenciando até mesmo no direito alimentar dos trabalhadores. João Paulo Vaz e Brunno Viana serão marcados para sempre como os gestores que tiraram comida do prato dos eletricitários e suas famílias.

As práticas antissindicais e o desrespeito à Constituição sobre a base territorial dos sindicatos é também um grave exemplo da truculência da empresa.

A utilização da regra da ultratividade foi mais uma das maldades utilizada pela gestão Zema para desestabilizar e pressionar a categoria a aceitar um acordo injusto e prejudicial. Mas nossa resposta vem de diversas formas: a categoria mostrou seu espirito de luta nas greves realizadas, na interlocução com parlamentares e movimentos aliados e, agora, judicialmente.

Nossa luta continua! Desejamos renovação da força e disposição para a luta nesse ano novo. Um feliz 2024 a todos os eletricitários e eletricitárias. Estaremos juntos em mais batalhas no próximo ano!