Nas assembleias realizadas, em conjunto, pelo Sindieletro e Sintec, os eletricitários rejeitaram a proposta da Cemig para a PLR de 2017, a ser paga até maio de 2018.
A empresa condicionou o pagamento da PLR em 2018, à aceitação da proposta até o dia 30 de dezembro de 2016. De forma desrespeitosa, também condicionou, à aceitação até dia 30, um adiantamento de 2 mil reais em janeiro de 2017, da PLR já acordada de 2016.
O argumento da Cemig é que o CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, cobra a definição de itens relacionados à PLR ainda em 2016.
O que o CARF cobra é que os acordos de indicadores e metas devem ser assinados antes do período de apuração. A empresa não concordou em fechar um acordo negociado de indicadores e metas em 2016 e o montante e a forma de distribuição em data acordada em 2017. A empresa também não negociou qual seria o período de apuração dos indicadores.
Sem ceder à pressão da empresa, o Sindieletro promoveu debates aprofundados e educativos nas portarias. Nas assembléias a categoria demonstrou maturidade ao optar pela rejeição da proposta, assumindo alguns riscos, mas, sobretudo, garantindo mais tempo para construir uma proposta justa.
Para o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, a proposta de PLR da empresa também é incoerente e imoral por apresentar um montante (4%) baseado no lucro e não resultado operacional. “A empresa quer jogar para cima dos trabalhadores a culpa por operações tomadas no passado de compra de ativos que geraram prejuízos”, disse.
A proposta de PLR também foi rejeitada por se basear em indicadores problemáticos como o orçamento da empresa, um item ao qual trabalhador não tem acesso e nem gestão.
Em todas as portarias, eletricitários questionaram a injustiça na proposta da empresa. Para o Sindieletro é preciso aprofundar o debate sobre a PLR entre a empresa, o Sindieletro, Dieese e o trabalhadores para que a proposta evolua e se torne justa.