Em campanha para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, os eletricitários da Cemig rejeitaram, em assembleias realizadas no Estado, a proposta salarial da empresa. Eles também decidiram paralisar as atividades nesta amanhã, quinta-feira. A mobilização começou com concentração de eletricitários nos locais de trabalho, que depois foram para a Sede da empresa, no bairro Santo Agostinho. A direção da Cemig chamou o Batalhão de Choque para a Sede, com cavalaria de PMs. Para vários trabalhadores que estão no local, mais uma vez os gestores da empresa preferem a repressão do que o diálogo.
Um eletricitário criticou que não é papel da PM repreender movimento de trabalhadores, que o Batalhão de Choque está no local por "desmando" do governo e diretoria da Cemig. "Não somos bandidos, estamos defendendo nossos direitos, em um movimento legítimo", destacou.
Por volta das 11:30 os eletricitários participaram de atividades culturais em frente à sede da empresa. Houve aprensentação de show musical, peça teatral e um varal de imagens e frases construído pelos próprios trabalhadores para mostrar a realidade da Cemig nos últimos 12 anos. Também foram mostradasimagens e frases apontando que uma outra Cemig é possível, para mudar basta os trabalhadores lutarem.
A Cemig propôs para seus trabalhadores apenas a correção dos itens econômicos pela inflação (INPC de 6,34%). Mas o que a categoria reivindica é a negociação de todos os itens da pauta de reivindicações. A paralisação será uma advertência e uma cobrança para que a empresa negocie de fato.
O coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, diz que, além de não atender as reivindicações justas relacionadas ao salário e demais itens econômicos, a Cemig deixou sem resposta uma pauta rica, que atende as expectativas dos trabalhadores e poderia render o diálogo em torno de questões importantes para a categoria e para a empresa, como a negociação do Plano de Cargos e Remuneração, da seleção interna e de uma política de saúde e segurança a partir das propostas dos trabalhadores, entre outros pontos.
Jairo Nogueira lembra que também preocupa os trabalhadores o que pode acontecer com a Cemig no final de mandato do governo do Estado e da diretoria da empresa. “Temos visto medidas inconseqüentes, como a venda de imóveis da estatal, fechamento de locais de trabalho e a ameaça de que o RH planeja fazer um novo Plano de Cargo Remuneração sem ouvir trabalhadores, e redefinir a descrição de função de vários eletricitários com o objetivo de cortar o adicional de periculosidade”, destaca.