Denunciada pelo Sindieletro por permitir a prática de assédio moral coletivo, a Cemig não compareceu à audiência de conciliação na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRT), no dia 26 de abril, mesmo tendo sido notificada com 21 dias de antecedência.
Diante da posição da empresa, a mediadora da audiência e chefe da Seção de Relações de Trabalho no Estado de Minas Gerais da SRT, Alessandra Parreiras Ribeiro, lavrou um Termo de Ausência e encaminhou o processo ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para a adoção das providências cabíveis.
Presente à audiência, a agente administrativa do Núcleo de Igualdade e Oportunidade da SRT, setor responsável pela apuração de denúncias relacionadas ao Assédio Moral e Discriminação nas empresas, Nazaré Irineia de Resende, lamenta a ausência da Cemig. E afirma que 99% das empresas envolvidas em denúncias de assédio moral comparecem às audiências.
Para Nazaré, a postura da Cemig foi antiética e desrespeitosa com o Ministério do Trabalho e com o Sindicato.
Entenda o caso
Desde 2006 os eletricitários lotados na equipe de Relacionamento com os Clientes, na rua Itambé, denunciam o assédio, que vai desde o controle do tempo de lanche às idas ao banheiro, tratamento desrespeitoso, cobranças abusivas de produtividade, empregado sendo humilhado na frente de toda a equipe, recebimento de e-mails ofensivos e intimidadores etc.
A insensibilidade e a falta de uma política eficaz de combate ao assédio moral evidenciam o quanto a Cemig está despreparada para lidar com essa situação.
O caso chegou inclusive a ser discutido com o coordenador do Comitê de Negociação, Anderson Ferreira, e com o gerente do RH/RT, Brunno Viana, mas os representantes da empresa sequer reconhecem a existência de assédio moral na Cemig.
O Sindieletro repudia qualquer prática de assédio moral na empresa e lamenta a posição da Cemig de punir o trabalhador e proteger aqueles que usam sua posição de chefia para humilhar e desrespeitar trabalhadores.