As conseqüências das chuvas... de quem é a culpa?



As conseqüências das chuvas... de quem é a culpa?

Deus é inocente, não o ser humano. Os impactos das chuvas torrenciais que caem em Minas, desde o início do ano, poderiam ser evitados com políticas públicas de prevenção, aliadas a políticas públicas sociais, que garantissem dignidade à população carente. Ninguém quer morar em área de risco, mas é obrigado por não ter condições de pagar um aluguel e tampouco comprar a casa própria em local seguro.

Nessas chuvas sobre Minas, alguns governantes assumiram uma postura de falta de sensibilidade e seriedade com que a questão deve ser tratada, sobretudo diante do sofrimento das vítimas. O Estado já contabilizou mais de 50 mortes em consequência das enchentes e desabamentos.  O prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), declarou: “Se Deus quis mandar a maior chuva de BH para esse secretariado, para esse prefeito, ele deu o frio conforme o cobertor”.

Já o governador Romeu Zema responsabilizou as vítimas das enchentes. Segundo ele, “as pessoas não obedeceram os alertas da Defesa Civil e voltaram para suas casas”. E vale lembrar do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo que, vire e mexe, afirma  que as mudanças climáticas são “um complô marxista”.

O que eles não reconhecem é a relação das tragédias com as ações (ou falta de ações) dos homens que governam.  Enchentes e desabamentos são evitados com políticas para garantir que todo brasileiro more em locais seguros e com obras urbanas de drenagem e escoamento, fiscalização permanente das áreas de risco e políticas sociais para retirar grandes populações de área de risco.

Portanto, as conseqüências das chuvas para a população têm responsáveis, e são governos, os que cuidam e executam verbas públicas, os que planejam as cidades. Que os governos (federal, estadual e municipal) assumam suas responsabilidades e admitam que falharam!

 

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