A atual gestão da Cemig leva o ditado popular de que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco ao pé da letra. Principalmente quando o assunto envolve os trabalhadores terceirizados que já são super explorados, com salários baixos e quase não têm direitos.
É o que está acontecendo em Betim, onde a Conservadora Campos assumiu as atividades de serviços gerais no último dia 02. O contrato assinado entre as empresas estabelece, como regra para a remuneração, o metro quadrado de serviços realizados. Com isso, o número de prestadores de serviços foi reduzido de quatro para apenas dois. Os trabalhadores que ficaram estão tendo que se desdobrar para dar conta de toda limpeza e conservação da Cemig em Betim e ainda tiveram a carga horária reduzida de oito para seis horas, com diminuição dos salários e perda do direito ao tíquete alimentação.
Procurado para falar sobre o assunto, Brás Freire, administrador da Conservadora Campos, alegou que, com a redução do número de trabalhadores da Cemig, os contratos tiveram que ser adequados à nova realidade.
Revolta com a perversidade
O diretor do Sindieletro em Betim, Nino Magno de Souza Passos, está revoltado com a situação dos trabalhadores e frisa que, o que está acontecendo é reflexo da Reforma
Trabalhista aprovada. “Se nós, que temos uma condição financeira melhor, já passamos difiuldades, imagina como vão ficar esses trabalhadores?”, questiona.
Para o diretor do Sindieletro, Moisés Acorroni, o que a Cemig está fazendo com os trabalhadores mais humildes é uma perversidade sem tamanho. “Agora, uma trabalhadora vai ter que fazer em 6 horas o que duas pessoas faziam em 16 horas.
O que o presidente da Cemig, que acabou de receber R$ 400 mil só de PLR, está fazendo é tirar comida da mesa do trabalhador. Reduziram o salário e cortaram o vale alimentação. Isso é desumano!”.
A direção do Sindieletro lembra que a medida perversa também piora as condições de trabalho da equipe do quadro próprio. Técnicos de Betim agora precisam “liberar” os locais de trabalho para que a limpeza seja feita durante a jornada reduzida das trabalhadoras. Por todas essas razões, o Sindicato cobra da Cemig providências para que a empreita volte atrás e mantenha as quatro trabalhadoras.