Aposentado banca 25% dos lares brasileiros



Aposentado banca 25% dos lares brasileiros

Fonte: Portal dos Mineiros

Perto de 700 mil brasileiros continuam no mercado de trabalho depois da aposentadoria, contribuindo para a Previdência Social. As aposentadorias formam um importante motor que faz girar a economia, com grande impacto nos municípios brasileiros e também nas famílias, já que quase 25% dos lares têm um idoso como provedor. Para o representante do Conselho Regional de Economia (Corecon-MG) Paulo Bretas, o país enfrenta um momento de déficit crescente e necessidade de equilíbrio nas contas públicas, mas uma medida como o corte de benefício pode ter impacto direto na economia e repercutir de forma recessiva.

“Uma redução no valor das aposentadorias significa menos dinheiro disponível para o consumo e mais aperto nas famílias, já que muitos idosos são os responsáveis pelos domicílios”, avalia. O especialista aponta ainda que 60% da população brasileira vivem com até um salário mínimo, o que reforça o peso dos benefícios previdenciários.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que mais de17 milhões de famílias no Brasil têm um idoso como provedor. Significa dizer que 24,9% do lares, praticamente um quarto, têm como responsável pelo sustento uma pessoa com mais de 60 anos, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Esse contingente não para de crescer.

Segundo Jane Berwanger, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), os números apresentados pelo INSS sobre os impactos da desaposentação nos cofres da Previdência levam em consideração a hipótese de que todas as pessoas que permaneceram trabalhando tenham desaposentação vantajosa e que passem a receber o teto. “O que não confere com a realidade”, diz Bewanger. Nas contas do instituto, impacto de R$ 7 bilhões ao ano não é significativo. “Representa 1,53% do que a Previdência gasta anualmente com benefícios e só vai pedir a troca quem contribuiu depois de aposentado”, aponta a especialista.

O presidente em exercício da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap) Carlos Olegário Ramos diz que a confederação considera política a decisão do STF que barrou a desaposentação. “É preciso instituir alguma forma de compensação aos aposentados que continuam a contribuir depois da aposentadoria.” O aposentado Emídio Machado é responsável pelas despesas de sua casa, já que a mulher dele não conseguiu se aposentar e considera que o corte será um golpe no seu orçamento, reduzindo o valor a menos de R$ 2 mil. O caso de Emídio é parecido com o de milhares de aposentados brasileiros. “Os políticos jogaram o país no buraco e agora querem cobrar a conta dos aposentados. Quero ver se existe alguma proposta para reduzir os salários dos servidores públicos acima de R$ 50 mil.”

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