Mesmo com o resultado do leilão das usinas da Cemig, as mobilizações em defesa do patrimônio de Minas continuarão. Sindieletro, movimentos sociais e sindicatos, da CUT e Frente Mineira em Defesa da Cemig seguem na luta.
Muito indignado, o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, protestou bastante contra a venda das usinas da Cemig, durante o ato na Sede da empresa, no bairro Santo Agostinho, BH, na manhã desta quarta-feira (27). Segundo ele, mesmo que as notícias sejam muito ruins, mesmo com a privatização, a luta para reverter a venda das hidrelétricas será agora contínua, firme e forte, nos âmbitos político e jurídico.
Jefferson Silva lamentou profundamente o autoritarismo do governo federal de impor a privatização sem diálogo com a população. E acusou Temer: ele tem comprado a maioria dos deputados para passar tudo que quer na Câmara. “São deputados federais mercenários, poderiam ter impedido o leilão, poderiam ter buscado a negociação, mas preferiram se calar. São também responsáveis pelas privatizações das usinas, estão contra o povo e os trabalhadores”, destacou.
Ele lembrou também que o governo federal desconsiderou toda a luta de Minas Gerais, uma luta forte, com o peso de todos os deputados estaduais, os empresários, o governo estadual, os trabalhadores, as lideranças dos movimentos sociais, prefeitos. Todos que compõem a Frente Minas em Defesa da Cemig assinaram documentos contra a privatização das usinas. Para se ter uma idéia, 497 prefeitos manifestaram contra a venda das hidrelétricas.
O coordenador lembrou que a privatização vai fazer o preço das tarifas disparar e as empresas que compraram as usinas vão ser beneficiadas. Isso porque os custos das usinas já foram pagos, mas os compradores vão poder aplicar tarifas que considerem todos os custos, como se não houvesse nada quitado. Além disso, as regras do governo permitem tarifas muito altas. “E quem pagou pelas usinas foi o povo mineiro, que agora vai pagar novamente pelas hidrelétricas”, denunciou.
O sindicalista avaliou que o Brasil está perdendo a soberania com a política de entrega dos patrimônios dos brasileiros, a preço de banana. Mas nada será motivo para desistir da luta, que agora é ainda mais fundamental e urgente.
“Não vamos ter sossego enquanto não conseguirmos a anulação do leilão das usinas. Foi um leilão abusivo, ilegal e imoral”, afirmou Jefferson Silva. Ele lembrou que várias ações foram encaminhadas à Justiça para impedir a privatização das usinas, entre elas, uma ação popular movida com o apoio do Sindieletro pelo eletricitário aposentado e ex-dirigente do Sindicato no Triângulo, Fábio Carvalho.
Ainda de acordo com Jefferson Silva, “nós vamos lutar contra a privatização, não aceitamos as usinas fora da Cemig. Mesmo que a nossa luta leve tempo. Não vamos entregar as nossas usinas!”, concluiu.