Apoio professores



Apoio professores
Representantes de vários sindicatos de Belo Horizonte e Minas Gerais participaram de um ato em solidariedade ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que está sendo alvo de 16 processos judiciais movidos pela Coligação Todos por Minas, da qual fazem parte o PSDB, PP, DEM, PSD, PTB, PPS, PV, PDT, PR, PMN. PSC, PSL, PTC, PTN e SD. No próximo sábado (27), será realizada uma grande manifestação em prol do Sindi-Ute. O sindicato tem sido processado por denunciar a realidade da educação em Minas Gerais.

As ações propostas contra a entidade e alguns dirigentes sindicais dizem respeito a uma campanha realizada pelo sindicato para divulgar a realidade da educação pública em Minas Gerais, apontada pelo ex-governador do Estado e atual candidato à Presidência, Aécio Neves, como a melhor do Brasil. Na campanha, o Sind-UTE destaca vários problemas do setor no Estado, mas a Justiça eleitoral determinou a retirada das propagandas de veiculação.

Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, as decisões do Tribunal Regional Eleitoral em relação à campanha do Sind-UTE interferem na organização dos trabalhadores e ferem a liberdade de expressão. "Vamos levar isso à OIT [Organização Internacional do Trabalho] porque trata-se de uma prática antissindical e um crime contra a liberdade de expressão e contra a organização do trabalho".

Além disso, o representante da CUT Nacional destacou que a campanha do Sind-UTE não tinha qualquer caráter político e não foi realizada em função das eleições. "Estão tentando enganar o povo dizendo que é campanha partidária, mas essa luta não é de hoje aqui no Estado. Trata-se de uma campanha pela educação e contra tudo que está errado em Minas Gerais". Ele também apontou que apesar da propaganda feita pelo PSDB em relação à educação em Minas, o Estado não aplica os 25% do orçamento determinados pela Constituição e também não paga o Piso Salarial Nacioal aos educadores.

Já o secretário geral da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho, destacou que a perseguição ao Sind-UTE não é uma novidade no Estado e que é preciso a união dos trabalhadores para combater essa prática. "Não é raro esse tipo de reunião em Minas Gerais porque os sindicatos e seus dirigentes são constantemente perseguidos no Estado", afirmou. Ele destacou ainda que o Sind-UTE não está sozinho no enfrentamento ao governo. "Mexeu com os educadores, mexeu com todos nós".

Solidariedade

O representante do movimento Quem Luta Educa e integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli, acrescentou que a campanha realizada pelo Sind-UTE em Minas é por uma educação de qualidade e que há uma criminalização da verdade no Estado. "A educação está sucateada porque o governo deixou de investir R$ 8 bilhões no setor nos últimos anos. Além disso, hoje temos escolas funcionando em motéis e professores que não podem nem mesmo comer nas escola. Por isso, precisamos lutar por justiça social e por uma educação de qualidade".

Por fim, a diretora do Sind-UTE, Mônica Maria de Souza, agradeceu a solidariedade em nome da entidade e afirmou que ninguém vai calar os trabalhadores. "Ninguém cala o Sind-UTE. Nossa história começou na ditadura militar, há 35 anos atrás e nada nunca nos calou. O governo do Estado não é dono de Minas e vamos continuar lutando".

Após o ato na sede do Sindicato dos Bancários de BH e Região, os dirigentes presentes aprovaram a realização de uma grande manifestação com a participação de entidades de todo o Estado em defesa do Sind-UTE e uma boa educação para Minas Gerais. A previsão é de o protesto seja realizado na manhã de sábado (27) no centro de Belo Horizonte.

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