Em entrevista ao Café com Política, programa da Rádio Super (91,7), o governador Romeu Zema fez declarações que mostram: ele optou pelos ataques aos parlamentares que estão investigando se os gestores da Cemig e o governo do Estado cometeram irregularidades na estatal. Se não cometeram, não há o que temer.
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Zema: 'Deputados que criticam meu governo não levantam a bunda da cadeira'
Governador de Minas Gerais endureceu resposta a críticos a respeito da privatização da Cemig e disse que, em sua gestão, "boiada está presa"
Por ALINE GONÇALVES
Em entrevista exclusiva na manhã desta quarta-feira (7) ao quadro Café com Política, da Rádio Super, 91,7, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez críticas a "deputados que não levantam a bunda da cadeira". Zema teceu o comentário ao falar sobre a realidade da distribuição de energia elétrica no Estado, sobretudo trifásica, aos produtores rurais.
Ele falava, no momento, sobre a Cemig, sua privatização, e a CPI na Assembleia Legislativa de Minas Gerais - com o apontamento de deputados da oposição de que o governo estaria fazendo um sucateamento da estatal para facilitar a venda. A CPI da CEMIG foi instalada neste ano para investigar eventuais irregularidades desde 2019. No último dia 28 de junho, a CPI se reuniu para eleger o presidente, Cássio Soares (PSD), e o relator, Sávio Souza Cruz (MDB)
"Depois que eu assumi, se tivesse sucateando a empresa, ela não teria valorizada como valorizou e não teria ampliado tantos investimentos como ampliou", respondeu Zema. Ele também questionou se houve críticas às atuações da Cemig no passado, citando investimentos da empresa em outros Estados, como na Light, no Rio de Janeiro, e em Santo Antônio e Belo Monte, no norte do país.
Entre os fatos que serão investigados na CPI estão justamente a venda da participação da estatal mineira na Light e na Renova, além dos planos para vender a parte da Cemig na Taesa. Também serão apuradas contratações feitas sem licitação.
"A Cemig não investiu em Minas nos últimos anos: foi no Rio, na Bahia, no norte do país, e todas essas operações deram prejuízo. A boiada, me parece, já passou, e esses deputados não viram. Agora estão ávidos por laçar alguma coisa, mas vão laçar algum porco-espinho e onça, porque no meu governo a boiada está presa. A Cemig vai mostrar tudo, a empresa não tem o que esconder. Na minha gestão, vão encontrar porco espinho, onça e jararaca", disse ele.
Para Zema, os deputados que tecem críticas atualmente não acompanham o dia a dia dos mineiros, sobretudo no interior do Estado. "Parece que esses deputados não acompanham a vida da Cemig, nem saem da tribuna (da ALMG). Ontem, eu estive em Campos Altos, e um dos maiores produtores de café me mostrou gerador (em sua fazenda), porque não tem energia da nossa empresa. Esses deputados que nos criticam, que criticam o meu governo, não levantam a bunda da cadeira, estão totalmente alienados e desconectados do mundo real. O mundo real é de falta de energia, e nós estamos levando energia trifásica para todo produtor rural, porque o que nós temos atualmente é energia de subsistência, não dá pra ligar uma máquina, não", refletiu.
O governador de Minas Gerais também avaliou que a falta de recursos da Cemig no Estado, em gestões passadas, fez com que MG ficasse para trás, e comentou que os investimentos em outras regiões deram "prejuízos bilionários". "No passado, esqueceram que Cemig é Companhia Energética de Minas Gerais. Operou como a companhia energética do Brasil, e isso só atrapalhou o desenvolvimento de Minas", disse.
ALMG
Este não foi o único momento da entrevista em que Zema teceu críticas a deputados opositores a seu governo. Em outros trechos, ele afirmou que o esse grupo tem "inveja" da administração que faz. "Talvez o sucesso do meu governo esteja causado inveja, incômodo, isso que eu suponho que esteja acontecendo", disse.