Dos empregadores autuados nos últimos anos por auditores-fiscais do trabalho e incluídos na lista suja do trabalho análogo à escravidão do Ministério do Trabalho, um deles se destaca por ser um dos maiores doadores da campanha à presidência da República do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
O empresário do agronegócio Cornélio Sanders, produtor de soja, doou R$ 1 milhão à campanha de Bolsonaro no último dia 7 de outubro, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O mesmo valor doado pelos donos do Detergente Ypê, segundo a Folha de S. Paulo.
Com o repasse, Cornélio Sanders ficou também ao lado dos irmãos Alexandre e Pedro Grendene e do ruralista Oscar Luiz Cervi no ranking de maiores doadores, segundo Laruo Jardim. O quinteto fica atrás apenas do agropecuarista Hugo de Carvalho Ribeiro, cunhado do ex-ministro Blairo Maggi, que doou R$ 1,2 milhão, diz o texto.
Caso Sanders
Em 2006, o empresário foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusação de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão na Fazenda Progresso, da qual é proprietário, no Piauí. Uma fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho, feita em 2005, encontrou vasilhames de produtos químicos usados para armazenar a água fornecida aos empregados, submetidos a jornadas excessivas e a condições desumanas.
Em 2009, Sanders foi incluído na lista suja do trabalho escravo do Ministério do Trabalho. Em 2019, o MPF voltou atrás e pediu arquivamento do caso e o nome de Sanders foi retirado da lista suja do trabalho.
Fonte: CUT