ACT da Eletrobras e Furnas: proposta de reajuste zero e retirada de direitos



ACT da Eletrobras e Furnas: proposta de reajuste zero e retirada de direitos

Com data-base em maio e, com a Campanha Salarial 2020 se arrastando desde março passado, na sexta rodada de negociação ocorrida na semana passada, a Eletrobras deixou às claras que o seu o objetivo é, de fato, devastar aquilo que os trabalhadores construíram e conquistaram com muita luta e mobilização ao longo de anos: o Acordo Coletivo de Trabalho.

PROPOSTA: REAJUSTE ZERO

Entre os vários absurdos, a empresa propôs acabar com vários benefícios, dentre eles o Auxílio Alimentação/Refeição. Retira o tíquete das férias e a cartela extra de final de ano. Mais: reajuste zero para a correção de todos os benefícios que são reajustados com a correção da inflação do período. O reajuste salarial é ZERO! 

Não satisfeita, a empresa afronta os contratos de trabalho com a suspensão do SAN até maio de 2022; retira do ACT a cláusula referente às Normas e Regulamentos de RH, de forma que permite alterar as regras que norteiam os planos de saúde e, assim, implementar a coparticipação do trabalhador em 50%. Isso mesmo! Pela proposta, nada de reajuste salarial e o trabalhador terá que custear em 50% o plano CS 2020 Furnas/Eletrobras.

POR UM ACT JUSTO!

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) repudiou a investida maquiavélica da Eletrobras de tentar acabar com benefícios e direitos atrelados ao contrato de trabalho deixando claro, mais uma vez, que não levará a proposta indecorosa à apreciação da categoria. Para que isso aconteça, se faz necessário que a Holding respeite as conquistas da categoria e modifique a proposta. Para a sétima rodada, o CNE solicitará a prorrogação do ACT por mais 30 dias, para que haja tempo de se chegar a uma proposta que contemple os anseios da categoria. 

Na tentativa de buscar uma solução e mais conhecimento quanto ao que quer a Eletrobras com a questão CGPAR, o Coletivo solicitou que a empresa realize um minucioso levantamento dos estudos do plano de saúde Eletrobras e das suas subsidiárias, bem como os estudos já formatados com os números finais a serem implementados com a nova metodologia CGPAR. Assim, com
tais subsídios será possível fazer um Raio X da situação dos planos de cada empresa, que precedem qualquer tentativa brusca de alterá-los. 

O CNE, em demonstração de boa vontade, propôs a criação de uma comissão dos representantes dos trabalhadores, nos moldes que foi feito à época da criação do PCR, para se reunir com a Eletrobras e ter maior conhecimento dos planos. 

A SAÍDA DA CRISE É COLETIVA

O CNE quer de fato concluir o ACT na mesa de negociação, porém, não aceitará o massacre que a holding quer implantar por dentro do ACT, atingindo os trabalhadores e, muito menos, a política reacionária de demissão de trabalhadores; e, mesmo com quadro reduzido, a Eletrobras vem mantendo o sistema elétrico funcionando 100% em plena pandemia da Covid-19, com 70% da categoria trabalhando em home office.

“Vale ressaltar que estamos negociando dentro de um cenário no qual os trabalhadores contribuíram para que o Sistema Eletrobras alcançasse em 2018 e 2019 mais de R$ 20 bilhões de lucro e, já no primeiro semestre de 2020, lucro de R$ 4,56 bilhões. O mínimo que se espera é que os eletricitários sejam tratados com respeito e que tenham um Acordo Coletivo justo e decente!”, concluíramos  negociadores sindicais do CNE.

Fonte: Boletim CNE

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