Os eletricitários estão encerrando uma das campanhas que mais exigiu da categoria. As atividades começaram em agosto com as primeiras setoriais e assembleias para construir a pauta, pouco depois do acerto do retroativo de 3% do Acordo Coletivo 2012 e sem ao menos ter encerrado a luta pelo ACT 2014/15. Foram cinco meses de luta e resistência. Todo mundo junto - técnicos, eletricistas, administradores, advogados, analistas e engenheiros. Foram 52 dias de greve histórica e, pela primeira vez, passamos o Natal sem vale-peru e o ano novo sem PLR. Mas com muita disposição para a luta.
As setoriais e as assembleias, mais do que nunca, foram espaço de debates. Nas portarias, pátios, usinas e ruas os trabalhadores fizeram intervenções muito ricas, cobrando mudança de postura por parte da empresa. Em cada encontro, ficava mais evidente a consciência dos desafios que os eletricitários enfrentarão ainda em 2016 para fechar o próximo acordo coletivo, já que a Sentença Normativa do Supremo Tribunal do Trabalho vence este ano.
Jefferson Silva, coordenador geral do Sindieletro, destaca que essa Campanha foi marcada por uma mobilização histórica e pela interlocução com outras forças, buscando avançar a negociação. “Só por causa da greve conseguimos fechar um acordo que não é o melhor, mas que avançou muito da proposta inicial da Cemig. Agora temos o compromisso de manter a mobilização para discutir saúde e segurança, PCR, seguro de vida, primarização e tantos outros direitos dos quais não abrimos mão”, destaca.
O coordenador do Sindieletro na Regional Metalúrgica, Ronei Cardoso, acredita que a categoria estava consciente que os desafios dessa Campanha eram grandes e que seria preciso uma mobilização acima do normal. “Foi uma das maiores mobilizações que nós, eletricitários, fizemos, não só pelo tamanho, mas pela articulação que exigiu do movimento em todas as regiões”.
Para o Sindieletro, a Campanha, que ocorreu em meio a muita expectativa, várias frustrações, pressão e resistência, deixou como saldo o fortalecimento da confiança da categoria em sua organização. O movimento também retomou a unidade em torno da luta e a capacidade de mobilização, experiências favorecidas pela transparência no processo de negociação.