Acordo nacional



Acordo nacional

Quase 20 mil metalúrgicos do setor naval de duas bases sindicais distintas – Rio Grande (RS) e Niterói (RJ) – conquistaram o mesmo percentual de reajuste salarial e de outras cláusulas econômicas. Foi um dos maiores índices de aumento salarial já registrados nos últimos anos: 9,5% (que equivalem a 5,81% de reposição da inflação e 3,49% de aumento real).


Esse foi o resultado da primeira negociação coletiva com o Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), que uniu a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e os dois sindicatos cutistas. A data-base dos trabalhadores representados pelas duas entidades é 1º de maio.

Além do reajuste no salário, houve consideráveis melhorias nas demais cláusulas. O vale alimentação, por exemplo, teve aumento de 21%. Outra importante vitória foi a conquista de auxílio de R$ 350,00 para o trabalhador com filho excepcional. O acordo foi aprovado pelos trabalhadores em assembleias que aconteceram em Rio Grande e Niterói.

Para a direção da CNM/CUT, a assinatura deste acordo foi um importante avanço na luta pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, antiga reivindicação dos metalúrgicos brasileiros ligados à CUT. “Este foi o primeiro passo da busca da contratação nacional. Saímos das negociações com o Sinaval com o compromisso de continuar a discutir, já a partir do próximo mês, a igualdade de direitos nas cláusulas sociais, que valerá para todas as bases sindicais cutistas que tenham empresas do setor naval”, destaca o presidente da Confederação, Paulo Cayres.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, Edson Rocha, assinala que o acordo é o início do processo de unificação de direitos para os trabalhadores. “É o primeiro passo para tentar tornar a indústria naval forte em nosso país, com respeito aos trabalhadores e seus direitos”, diz Rocha, que também é secretário de Administração e coordenador do setor naval da CNM/CUT.

Já Benito de Oliveira Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, avalia que a participação da Confederação foi decisiva para que se chegasse aos mesmos índices para os metalúrgicos das duas bases. “A presença da CNM/CUT na negociação garantiu a igualdade no percentual de reajustes das cláusulas econômicas”, entende Benito.

Paulo Cayres lembra que a CNM/CUT teve um papel decisivo na recuperação da indústria naval brasileira. “Em 2002, apresentamos ao então candidato Lula um projeto de reativação da indústria naval brasileira, que estava sucateada em função da importação de navios e plataformas. Já na presidência da República, Lula assumiu nosso projeto e hoje o setor já tem mais de 70 mil trabalhadores. Em 2002, eram 14 mil”, ressalta.

“Conquistar um contrato coletivo de trabalho nacional com este setor é mais do que possível, já que as empresas que atuam nos estaleiros das diferentes bases são as mesmas”, justifica o presidente da CNM/CUT.

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